Não sei dizer bem ao certo como aconteceu, talvez fosse a trilha sonora, ou um sketch com desenhos velhos e muito bonitos. Numa época onde não me restou nada além de um caderno amarelo e 2 pares de canetas. Era tudo o que eu tinha, era todo meu tesouro, era tudo o que eu tinha na vida. Não sei, mas naquela época, alguma coisa realmente morreu dentro de mim, morreu sem volta. A forma como eu olhava o mundo morreu, o carinho que eu tinha pelas pessoas que estavam perto morreu. Dificil dizer quem eu sou hoje, o que eu quero da vida, quem eu quero ser. Não tenho a menor idéia do que eu quero ser. Numa rapida discussão na rodoviária, ela me disse que nao queria ficar morando no Brasil pra sempre, e que ela tinha metas. Eu retruquei com uma pergunta retórica 'você acha que eu não tenho metas?' Minha voz parou no ar. Era obvio. Eu nao tinha metas. Eu nao sabia onde eu queria chegar. Qualquer caminho me servia... Por onde quer que eu fosse levada, quem quer que me levasse. Eu iria, esperando surpreender a mim mesma. Esperando encontrar dentro de mim as respostas para minhas perguntas. Perguntas sem fim, que estavam me deixando louca.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
O dia em que eu perdi os meus sapatos.
- Essa é a curta historia da coisa mais bizarra que poderia ter me acontecido hoje. O negócio foi mais ou menos o seguinte... Fui no shopping com a minha namorada, assistir A Teoria de Tudo, ótimo filme por sinal. Mesmo. Mas isso não vem ao caso, ao final do filme saímos da sala, ela queria passar em uma ou outra loja, descemos alguns lances de escada, ela comprou uma presilha de cabelo enquanto eu aguardava do lado de fora da loja. Decidimos então ir para casa, fomos ao estacionamento, subimos alguns lances de escadas, entramos no carro, saímos do shopping, estava chovendo, chegamos na garagem de casa, e então... Cadê meus sapatos? Onde diabos foram parar minhas alpargatas???? Reviramos o carro, e sem conseguir entender como fizemos todo aquele percurso pelo shopping sem me dar conta de que estava descalça o tempo todo, resolvi aceitar o fato de que talvez tenha esquecido o mesmo no cinema. Não é uma história interessante, mas aceito indicações de neurologistas que atendam pela Unimed. Grata.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
eco
Depois que ela morreu as coisas mudaram um pouco. Mudaram muito. Eu mal posso me lembrar da minha vida 1 ano atras. Eu não consigo me lembrar de quem eu era. Eu nao consigo me lembrar de quase nada... Sua voz é um eco fraco dentro da minha cabeça, onde eu procuro me agarrar, no meio do dia, e entre em um pensamento e outro me pego tentando lembrar como era sua voz. As vezes, dentro do onibus, ou no caminho para o trabalho, vejo uma senhora, andando de vagarinho. Que bom seria se as coisas tivessem sido diferentes. Sem tanto sofrimento para a gente. Mas quem eu seria agora? Quem seríamos?
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Um adulto de 5 anos.
Meu pai não é mais o rei do gado, minha mãe não tem 35 anos e lindos cabelos que caiam em cascata, e eu nao sou uma criança de 5 anos. Sempre foi como se minha vida tivesse parado aos 5, e eu desde entao esperasse tudo recomeçar. Nunca aconteceu. Hoje eu sou um adulto de 5 anos de idade, que tem medo do escuro, e assiste desenhos pra dormir. Isso quase ninguem sabe, porque eu pareço mesmo um adulto normal. Eu nao sei lidar com tristeza, nem com as situações desagradaveis. Eu nao quero falar sobre os problemas, absolutamente nada está acontecendo. A vida está passando e eu tenho medo de nao estar aproveitando 100% das coisas boas. Mas eu sou tão arrogante. Tão ignorante. As vezes acho que estou querendo deixar os problemas pra quando eu for velha e estiver a beira da morte, eu simplesmente nao sou capaz de lidar com as situações dificeis. Eu não quero nunca ter que encarar outra vez o lado escuro dentro de mim. Por que no fundo, eu ainda sou uma criança de 5 anos que tem medo dos monstros que vivem dentro da minha cabeça.
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sábado, 13 de dezembro de 2014
rostos em branco
As vezes eu tenho dificuldades de lembrar do rosto de algumas pessoas. As vezes, me sinto completamente sozinha. Não consigo me lembrar de seus rostos, ou vozes. Alguns dias são mais difíceis.
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
quem sou eu agora
Hoje eu não estou bem. Ontem eu também não estava. Não sei qual é meu problema, de fato. Não sei quem eu sou as vezes, talvez seja uma daquelas crises. Aquelas que eu estivesse afastando por tanto tempo. Quando tudo iria parar de dar errado? A vida me daria algum trégua em algum momento. Quem sou eu? Mal consigo me lembrar agora.
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
bifurcações
Tenho me sentido desgraçadamente infeliz. Uma tristeza tão profunda que me sinto envergonhada. Odeio meu trabalho, odeio as coisas que tenho que fazer, odeio meus modos, minhas atitudes, odeio sempre ser tão grossa, e insensível. É apenas como se eu estivesse na escuridão, sem saber qual caminho tomar. Como se eu não tivesse nome. E simplesmente não fosse ninguém, eu realmente odeio ser quem eu sou. Sei que dentro de mim, em algum lugar assombrado, existe um pouco de quem eu costumava ser não muito tempo atras. Estou sempre triste, é como se eu odiasse minha vida. E então, as vezes, sem motivo algum, no meio da noite, eu deito a cabeça no meu travesseiro, e choro. Bem baixinho. Eu apenas não sei qual é o meu problema. Mas me sinto tão terrivelmente pertubada. Todos esperam tanto de mim. Todos me procuram, me pedindo ajuda, me fazendo perguntas, eu tenho odiado minha vida, e me odiado por odia-la. Quem eu serei daqui 1 ano?
Postado por §Princess Broken§ às 17:17 0 comentários