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domingo, 19 de julho de 2015

outra viagem

Estar aqui exige muito de mim, é muito sangue frio. Olhar com os palidos e desatentos e fingir que nada está acontecendo. Já consigo manter uma conversa sobre o assunto sem marejar os olhos. Mas o nó na garganta está sempre lá, apertado, embora agora um pouco mais afrouxado, tamanha é minha falsidade. Minhas mãos sempre frias dizem que eu sou. Meu coração a cada dia que passa tem se revestido de aço. Nem nos meus sonhos eu estou tranquila. Um dia, desejo verdadeiramente sumir, e nunca mais voltar. Ter uma vida nova, em um lugar onde ninguém me conheça, onde ninguém possa me encontrar. Com o passar dos dias tenho estado mais calma e consolada. Sabendo que algo muito maior me espera. É triste, carrego um grande peso nos ombros, mas tenho olhado as pessoas de uma forma diferente e isso faz com que não sinta raiva. Oposto a isso me sinto cansada quase que o tempo inteiro, estar aqui requer muita energia, parecer contente exige muito. Dizem que nada dura para sempre. Bom, eu estou pagando para ver. É dificil de acreditar como a religião destroi a vida das pessoas. Ele diz que eu vou pro inferno, e eu acho que eu ja estou no inferno, há muito tempo.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O primeiro studio a gente nunca esquece.

Hoje foi um daqueles dias que você sabe que algo realmente está acontecendo. Montei meu primeiro studio. Pintei as paredes, e até o final da semana eu acredito que esteja tudo certo para funcionar. Foi uma sensação foda, uma sensação de finalmente estar construindo algo. Eu nunca vou me esquecer desse dia. A sensação de ter um lugar seu, um lugar onde você não precisa dar satisfações. Um lugar onde eu posso ser quem eu quero ser. Você mudou minha vida. E eu sinto que finalmente estou no caminho que eu deveria estar.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

memória fraca, coração forte.

Na minha vida, a única coisa da qual eu tenho certeza, é de que fui muito amada. Sempre. Tive uma família que me amou da melhor forma que podiam, e tive a sorte de conhecer pessoas que cuidaram de mim e me amaram sempre na medida ideal. Familia, amigos e amores. A gente sofre na vida, e sofre, porque faz parte da gente se foder, ou achar que está se fodendo, quando na verdade é apenas a vida lapidando a gente para sermos o melhor que podemos ser. Mas eu, falsa canceriana como sou, bipolar como minha geração exige que sejamos, e mal agradecida como toda filha única, talvez tenha decepcionado todo mundo que me amou tão bem, e cuidou de mim com tanto carinho. Mas não é por mal, a verdade é que eu nunca soube lidar muito com afeto explicito, fico meio sem graça com abraços demorados, e demonstrações de afeto. E quase sempre que pude fugi de relacionamentos. As vezes eu sumo, e fico um tempão sem dar notícias. Não é que eu me esqueça, é só que eu evito criar vínculos muito fortes. Assim como o Cazuza, eu sou exagerada de natureza, e essa é minha única forma de me poupar. Mas eu lembro de todo mundo, quase todos os dias, e as vezes me pergunto: onde anda aquele coleguinha da 3˚ série? Ou, aquela melhor amiga do ensino fundamental, que eu nem consigo me lembrar o nome mais. A memória é fraca, mas o coração é forte. E embora eu esqueça dos nomes, lembro das vozes, do cheiro, e do riso. Como minha vó me abraçando e dando tapinhas nas minhas costas. Como no dia que um menino comprou kit-kats, kinder ovos e kinder buenos e me deu de presente, como no dia que minha namorada me trouxe picolé na térmica ao me buscar do trabalho, como o Erick trazendo um balde de gin com groselha, antes do pepers, como a Tati fazendo paquecas sabado de manha, ou o fafa fazendo o girocoptero. E tantos outros momentos que eu nem poderia mencionar pois tomaria muito tempo. A cabeça esquece mas o coração não.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

freaking out

A casa estava cheia, era uma daquelas festas. Muitos amigos, e pessoas as quais eu nunca havia visto na vida, gente bebendo, fumando, rindo, conversando. Conversando com desconhecidos fiquei impressionada ao saber que meu trabalho era admirado, as pessoas sabiam meu nome, conheciam meu traço. Aquilo me deixava sem palavras. Eu não achava que eu era tão boa, eu nem mesmo achava que eu era boa, é surpreendente como as pessoas sabem de você quando você não sabe nada sobre elas. Mas eu estava tão cansada, psicologicamente, meus picos estranhos de tristeza tem sido cada vez mais frequentes. Crescer foi a coisa mais dificil que já me aconteceu na vida. Cada passo que eu dou para frente sinto que algo fica para trás. E sinto que não posso recuperar isso. Cada conquista tem um preço muito mais alto do que eu pensei que poderia ter. É como se uma coisa me puxasse por um braço e outra puxasse o outro, e eu não sei quando isso vai explodir. É um exercício mental e psicológico muito forte que faço para me manter sã. E conversas no meio da noite abraços reconfortantes fazem com que eu não perca o controle de uma vez.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Gabriela

Eu não posso ficar sozinha, olha o que acontece. Só 3 dias, e eu me sinto totalmente perdida. Com você as coisas fazem mais sentido, quando eu to com você tudo parece simples, e eu pareço o superman, eu posso tudo. Eu sou foda, você acredita em mim. Com você a vida é outra, eu sou outra pessoa. O seu riso, o seu cheiro. Com você eu sou invencível, eu posso me jogar no seu colo, eu posso tirar sua roupa, posso morar no seu abraço. Posso descansar em paz, porque com você tudo sempre da certo. Alguma coisa está quebrada dentro de mim, e eu preciso de você aqui para manter as peças no lugar.

Onde estão os novos horizontes.

Não sei dizer bem ao certo como aconteceu, talvez fosse a trilha sonora, ou um sketch com desenhos velhos e muito bonitos. Numa época onde não me restou nada além de um caderno amarelo e 2 pares de canetas. Era tudo o que eu tinha, era todo meu tesouro, era tudo o que eu tinha na vida. Não sei, mas naquela época, alguma coisa realmente morreu dentro de mim, morreu sem volta. A forma como eu olhava o mundo morreu, o carinho que eu tinha pelas pessoas que estavam perto morreu. Dificil dizer quem eu sou hoje, o que eu quero da vida, quem eu quero ser. Não tenho a menor idéia do que eu quero ser. Numa rapida discussão na rodoviária, ela me disse que nao queria ficar morando no Brasil pra sempre, e que ela tinha metas. Eu retruquei com uma pergunta retórica 'você acha que eu não tenho metas?' Minha voz parou no ar. Era obvio. Eu nao tinha metas. Eu nao sabia onde eu queria chegar. Qualquer caminho me servia... Por onde quer que eu fosse levada, quem quer que me levasse. Eu iria, esperando surpreender a mim mesma. Esperando encontrar dentro de mim as respostas para minhas perguntas. Perguntas sem fim, que estavam me deixando louca.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O dia em que eu perdi os meus sapatos.

- Essa é a curta historia da coisa mais bizarra que poderia ter me acontecido hoje. O negócio foi mais ou menos o seguinte... Fui no shopping com a minha namorada, assistir A Teoria de Tudo, ótimo filme por sinal. Mesmo. Mas isso não vem ao caso, ao final do filme saímos da sala, ela queria passar em uma ou outra loja, descemos alguns lances de escada, ela comprou uma presilha de cabelo enquanto eu aguardava do lado de fora da loja. Decidimos então ir para casa, fomos ao estacionamento, subimos alguns lances de escadas, entramos no carro, saímos do shopping, estava chovendo, chegamos na garagem de casa, e então... Cadê meus sapatos? Onde diabos foram parar minhas alpargatas???? Reviramos o carro, e sem conseguir entender como fizemos todo aquele percurso pelo shopping sem me dar conta de que estava descalça o tempo todo, resolvi aceitar o fato de que talvez tenha esquecido o mesmo no cinema. Não é uma história interessante, mas aceito indicações de neurologistas que atendam pela Unimed. Grata.