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sábado, 30 de junho de 2012

Faz de conta

Quando eu queria falar com ela, eu fazia de conta que nao a conhecia. Que era uma pessoa que eu nao tinha vínculo algum. Desta forma era mais facil, manter uma conversa animada e interessante. Porque se eu ficasse lembrando de tudo, e tudo, e tudo, era bem provavel que nunca mais conseguisse falar com ela. Entao eu apenas fingia que ela era uma pessoa completamente diferente, uma pessoa nova, e assim, falava com ela todos os dias. Pra saber como estavam as coisas, se estava bem. Me preocupava. Mas ainda assim era perigoso, vez por outra eu escrevia 'amor' ao me referir a ela, e esquecia, e apagava correndo e cuntinuava a frase, mas era triste nao poder chama-la da unica forma que sei. De qualquer forma, ja era alguma coisa. E fazer de conta me fazia um pouco mais feliz.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Carta

Eu nao sei onde voce esta, eu não sei nada sobre voce. Pra onde voce foi amor? Eu sinto sua falta. Penso que deva ter viajado, mas nao me disse nada, apenas se foi. Entao resolvi te escrever. Nao tenho como te entregar esta carta, mas gostaria que eu pudesse. Esses dias tem sido difíceis sem voce. Será que voce esta bem? Porque será que viajou assim, tão de repente? Para onde voce foi? Para onde voce foi, que nao me manda noticias? Para onde voce foi, que nao consigo me comunicar com voce? Para onde? Nao disse se voltaria. Nao disse nada. Nunca voltou a me ligar, nem para dizer onde estava. Seu celular tem sinal ai onde voce esta? Sinto falta das mensagens de boa noite. Os dias tem sido muito frios, ao menos para mim, então onde quer que voce esteja, espero que esteja em algum lugar quente. Nao tenho com quem conversar, voce sabe. Por mais que as pessoas sejam legais, voce é mais, e eu sinto falta do seu sorriso. Se voce pudesse ver! Garanto que nao acreditaria. hahaha Linda. Será que esta tudo bem? Me pergunto sempre. Em que parte do mundo voce se meteu. Será que esta tão zangada por algo que eu fiz que nao quer falar comigo? Ou apenas esta sem credito? Pode me ligar a cobrar, esta tudo bem. Voce sabe o numero da minha casa. Sinto tanta falta da sua voz, das suas mãos, do seu perfume, do seu abraço, do seu carinho. Espero que volte logo, o quanto antes, pois os dias nao tem sido faceis sem voce. Eles tem sido tristes. Sobre tudo os dias de sol, os finais de semana. Tudo muito triste e sem brilho. Estou morrendo de saudade. Onde será que voce esta? Me pergunto isso muitas vezes. Tentei te ligar, ninguem atendeu. Talvez voce tenha perdido o celular. Desastrada como é. Nao sei :/ Só gostaria que me desse qualquer sinal de vida, pra eu saber que de fato voce nao me esqueceu. Que vai voltar. Sinto muito sua falta amor. Muita mesmo. Ninguem é como voce. Ninguem me faz sentir tão feliz nesse mundo. Voce se foi, tem algum tempo, e eu só espero que volte logo, pois essa saudade esta acabando comigo. Sinto falta de poder dizer que te amo, sinto falta de te ouvir dizer que me ama. Esta carta é um esboço que voce nunca vai ler. Eu apenas precisava escrever. Humn... Tenho tantas coisas para te contar, acho que voce vai adorar. Bom era isso. Nao esquece que eu te amo muito muito muito. Estive olhando nossas fotos, a saudade apertou mais ainda. Nao demora nao tá? Se cuida princesa. Te amo.

Hoje eu me senti forte

Hoje eu acordei e me senti feliz. Ligeiramente feliz, estranhamente feliz. Incomumente feliz. A dor, continuava aqui, exatamente como o primeiro dia. E a ferida, estava aberta. Mas alguma coisa em mim, havia mudado. Havia se transformado, para ser mais exata. Eu sabia, que esse buraco em meu peito seria algo, com o qual eu teria que conviver para sempre, e que toda vez que eu me lembrasse, eu sangraria novamente. No entanto, eu me sentia forte o suficiente para simplesmente nao lembrar. Agora, eu fazia coisas que me deixavam animada, que ocupavam meu tempo e me mantinham o mais longe possivel das vozes que diziam coisas que eu nao queria ouvir. Nada nunca sustituiria a falta que ela me fazia, nada ocuparia seu lugar, mas eu precisava seguir em frente. Eu era forte o suficiente para bloquear qualquer lembrança que pudesse me ferir, qualquer lembrança por mais linda que fosse, e geralmente eram as mais belas que me feriam. Eu conseguia ser forte para imaginar meu futuro sem ela. Embora, só de escrever essa frase, meu coração tenha se contraído de dor. Eu conseguia, aceitar que nossas vidas seguiriam independetes uma da outra. Mas admito que tinha a esperança de um dia no futuro, ela voltasse para mim. E me amasse como da primeira vez. Mas tudo bem. Por agora, esta tudo bem. Hoje, foi um dia diferente. Hoje, eu acordei e vi o sol. Hoje, quando eu abri os olhos eu me senti forte. Hoje eu soube que um dia eu seria feliz

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sobre o medo.

Era dificil para mim, muito dificil. Embora eu tivesse me tornado uma pessoa a qual nunca imaginei ser, ainda nao estava pronta sabe? Nao para falar com ela casualmente. Eu nao esperava mais nada dela, nada, nem o menor pingo de afeto, eu nao achava que ela pudesse sentir qualquer coisa por mim. Nao ela, esta que eu nao mais sabia quem era. E ao mesmo tempo, vivia esperando. Por qualquer coisa. Olhando pro meu celular sabendo que ele nao iria tocar, olhando meus emails sabendo que nao haveria nada la, ficando on mesmo sabendo que ela nao me chamaria pra conversar. Eu nao esperava nada, nao sentia que merecia a menor atenção. Mas desejava. E era dificil, nao poder dizer as coisas que eu dizia sempre, e nao poder fazer coisas que eu fazia. E pensar que aqueles momentos provavelmente nunca se repetiriam. Me sangrava, mas nao o tempo todo como antes, só quando eu pensava sobre isso. E eu evitava MUITO qualquer pensamento. Apenas por instinto de sobrevivencia, apenas para me manter inteira. Me manter viva. Eu vacilava, e mandava qualquer coisa no email dela, mesmo sabendo que aquilo era idiotisse, mesmo sabendo que ela nao se daria ao trabalho de ler, mesmo sabendo que nao daria importancia. Mas eu ficava meio desesperada de madrugada, é sempre a hora mais perigosa, a hora mais solitaria. E um dia ela me respondeu. Fiquei com medo de ler. Pensei um milhao de vezes se abriria ou nao. Abri, e fechei os olhos como fazia qndo era criança e estava passando uma cena forte num filme de terror. Fechei os olhos, e abri um de cada vez, de vagar. Ela dizia que gostava de conversar comigo, e que eu poderia chama-la quando quisesse. Que poderia ligar pra ela. Tudo muito formal. Tudo muito distante. Como se eu fosse um estranho. Como se fossemos estranhas. Eu queria, poder chama-la para conversar, mas nao conseguia, nao sentia que ela ficava contente por falar comigo, era normal. Como quem fala com um colega de trabalho ou um vizinho. Eu tinha vergonha. E tinha medo. Eu queria poder ligar para ela. Queria muito, ouvir sua voz. Mas nao tinha coragem. Eu tremia de medo só de pensar. Porque eu saberia que no instante que ouvisse sua voz, todas as feridas q tentavam secar e cicatrizar se abririam. E sangraria tudo de novo. Eu cairia. E sozinha seria dificil me levantar outra vez. Eu tinha tanto medo dela, tanto medo do que ela poderia fazer eu sentir. Acho normal, um animal sente medo de alguem quando essa pessoa o maltrata, ele se encolhe e olha pro chao, pros lados procurando uma saida pra nao apanhar novamente. Eu me sentia como um cachorro espancado. Tinha medo ate de olhar nossas fotos, nossos videos, nao olhei nada, desde que tudo começou a ficar assim. Tinha medo. Tinha medo quando ela me chamava pra conversar por chat ou onde quem q fosse. Porque a esperança infeccionava minhas feridas. Ela nunca diria o que eu precisava ouvir, e esperar que ela dissesse era pior ainda. Toda aquela expectativa. Tenho medo de tudo hoje em dia. Nao sei como seria se a encontrasse na rua. Se ela nao me visse eu provavelmente sairia correndo. Eu nao iria aguentar. Eu ainda nao aguento. Sinto medo, muito medo. E se um dia tudo acabar de vez, vou fechar meu coração com uma armadura. E nunca mais alguem podera cavar tao fundo. Tudo me doi. Tudo me da medo, todos me dao medo. Eu estou bem, equilibrada. Ela disse para eu me cuidar. E me cuidar quer dizer me manter inteira. E tudo que me da medo pode me despedaçar. Sabe o que me conforta? É esse blog, pois sei que ninguem nunca vai ler nenhum destes textos até o fim. Nem mesmo chegariam na metade. E ser sincera, e aceitar minha dor, sem mentir para mim mesma, é tudo que eu preciso fazer. Ter medo me manter a salvo.

Friends by chance, sisters by choice.

Dois dias sem postar nada. Nao que tenha virado rotina, mas quando se é tão sozinha como eu sou as opções para desabafar sao limitadas. Ultimamente praticamente nulas. Quando achei que nao poderia suportar mais, fugi de casa. Coloquei algumas roupas dentro da minha mochila, e decidi que iria pra qualquer lugar. Nao sabia pra onde, pois realmente nao tinha onde ir. Entao minha amiga me chama para ir na casa dela, diz que ta com saudades. Eu fui. Depois de alguns anos voltei para o lugar em que passei a maior parte da minha adolescencia. A mae dela me recebeu com um abraço, eu sentia saudades e nem sabia. Estava morrendo de saudade. Cheguei com os ombros caidos, e com o coração da mão. Triste. E sem rumo. Eu e a Liane embora muito amigas, nunca fomos do tipo de que abraça e fica de mimos e frescura. Sempre foi cada uma no seu canto, mas de alguma forma partilhavamos muitas coisas. Ela me abraçou. Um abraço demorado, como se dissesse: eu senti sua falta, vai ficar tudo bem, tudo bem. Me segurei para nao começar a chorar ali. Estavam sendo dificeis aqueles dias frios. Dias solitarios. Nunca falei nada para ela sobre minha vida depois dos 18 anos. Mas naquela noite, falamos tudo o que nao haviamos falado durante 7 anos. Ela me contava animada sobre o primeiro namorado de verdade. Meu coração ficava apertado, de alegria, e de tristeza ao mesmo tempo. Gostaria que ela nunca passasse pelo que eu estou passando, que nunca sentisse como me sinto. Gostaria que ninguem no mundo passasse por isso. Ninguem. Ela falou, falou e falou. E eu comecei a falar, como se contasse um conto de fadas com as ultimas paginas arrancadas. Eu nao conseguia, nao conseguia encarar toda a felicidade que eu havia vivido de uma forma tao distante quanto agora, como se tudo nao tivesse passado de um sonho. E eu me segurei, até o ponto que minha voz tremia e falhava, e as lagrimas minavam dos olhos, da garganta, e do coração. Eu nao conseguia mais dizer mais nada, eu nao aguentava olhar para tras e ver como eu havia sido feliz, e como eu havia jogado tudo no lixo. Nao joguei, pois ngm no mundo deu tanto valor na propria alegria como eu. Mas, enfim. Fim. Eu chorava, como uma criança, chorava para a unica pessoa que eu nunca achei que pudesse confiar algo assim. E ela. Ela chorava junto comigo, em silencio, sem dizer uma só palavra. Se sentou do meu lado, me abraçou, e eu chorei ainda mais. E ela chorou mais. E nos choramos. E depois de um tempo, as lagrimas haviam secado, e nós riamos de coisas bobas. Como sempre foi. Sempre voltamos para onde devemos. Assim, voltamos para nossas conversas, e risos, depois de tantos anos. Eu estava la exatamente como 7 anos atras, ela me consolava sem dizer nada, e nos riamos de coisas que nao faziam o menor sentido. Ela sempre seria minha melhor amiga, nao importa quanto tempo passasse. Ela sempre seria a unica irma que eu conheci.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Eu sabia que ia dar merda.

Eu sabia que ia dar merda, eu sabia que ia dar merda, mas aproveitei cada segundo. Eu sabia que as coisas sairiam do controle, ela fez uma vez, faria de novo, mas eu me enganei pensando que seria para sempre, pensando que tudo que tinhamos era diferente, era especial. Pois pra mim sempre foi. Mas nao é essa a ironia do amor? Achar que o seu amor é o mais verdadeiro? O mais puro, o mais leal e legítimo? Eu sabia que ia dar merda mas eu nao medi esforços para fazer dar certo. Nao me diga que nao tentei, embora da forma errada, do jeito errado, com as atitudes erradas. Mas nao me diga que nao tentei. Mas acabou, eu nao esperava nada alem de respeito. Nao por mim, mas por tudo que existiu. Foi sagrado pra mim, cada segundo. Mas eu sabia, eu sabia que ia dar merda.

Sobre conversar

Eu gostaria de conversar, eu gostaria de que alguem perguntasse como eu me sinto e eu pudesse realmente falar. Falar, sem medo, sem reticências, sem receio. Eu gostaria apenas de falar como eu me sinto, e contar sobre essa dor, sem medo de ser cliche. Eu gostaria de poder chorar até meus pulmões ficarem sem ar. E gostaria de nao lembrar de todas essas coisas que faziam feliz, e agora me fazem tão mal. Gostaria de perder a memoria, e me esquecer de quem eu sou, quem voce é, e de como eu era feliz com voce. Gostaria de colar esse pedaço em mim que esta rasgando. Gostaria de nao me sentir tao desgraçadamente sozinha, e triste.

domingo, 24 de junho de 2012

Sobre seguir em frente...

Eu nao estava curada, e nao sei quando estaria. Provavelmente demoraria muito tempo, o rombo no peito, o vazio era algo desesperador. Mas estava agindo com mais maturidade do que pensei que teria quando algo assim acontecesse. Maturidade = chorar de noite e sorrir de dia. E isso eu estava conseguindo fazer muito bem. Ainda que estivesse tão triste, ainda que estivesse tão vazia, ja conseguia conversar com as pessoas e rir. Rir, uma coisa que eu nao esperava tão cedo. Mas muita coisa mudou dentro de mim, dentro da minha cabeça, dentro da forma como eu pensava. A dor era algo meu, e nada adiantaria ficar propagando que tudo estava uma droga. Nem descontar em ninguem com meu mau humor, entao, tentava ser o mais positiva, otimista, e tranquila possivel. Era dificil, passar pelos lugares que passamos, era dificil voltar para casa sozinha. E quando descia do onibus ainda tinha o habito de olhar para tras, para ver ela me acenando de la de dentro. Eu a amava, amaria sempre, e a falta que ela me fazia, não há palavras para mensurar. Mas, a vida segue. E tudo que eu fiz foi para faze-la feliz, e se eu errei, nao foi por mal, e se magoei me arrependerei eternamente. E TUDO que eu mais desejo hoje, é que ela seja tão feliz, quanto eu imaginava que nós seriamos um dia. Depois de tudo, a felicidade dela, ainda é tudo que me importa.

sábado, 23 de junho de 2012

Quebra-cabeça

Era triste, e eu me sentia tão mal. E sabia que por mais triste que estive hoje, haveriam momentos muito piores em minha vida em que eu sentiria falta deste momento que vivo agora. Quando todos na casa dormem, quando o gato se acomoda confortavel aos pés da cama, quando embora as bordas do quebra-cabeça estejam incompletas, o centro, a parte que mais importa esta inteira, e nao falta nenhuma peça. Ainda. Eu me sentia tão triste e sozinha. Achava que tanta tristeza pudesse me matar. E me odiava por me sentir assim, me odiava por nao conseguir reagir, me odiava por tudo. No entanto eu sabia que sofreria muito mais ainda em minha vida anes que ela pudesse acabar. E tudo que eu sentia agora, além de frio. Era medo.

Porque dói

Gostaria de ter algo a dizer, qualquer coisa, que pudesse me aliviar. E embora esteja escrevendo nesse momento, nada que eu diga me fara diferença. Estão acontecendo algumas coisas. Minha familia talvez esteja indo embora. E eu vou ficar. É sozinha. É sozinha aqui. Tenho algumas obrigações aqui. Tenho a faculdade. Mas eles vão embora. E eu vou ficar. Minha mae se surpreendeu com a maturidade com a qual ja planejei tudo. Ela tambem vai embora. Eu chorei. Ela sorriu. Estranho como as coisas estao acontecendo. Mas eles vão embora, todos os 3. Com o dinheiro que recebo do meu pai vai dar pra pagar as parcelas do carro. Vai dar pra comprar comida. Vai dar pra por gasolina. Vai dar pra pagar o aluguel de uma kitnet. E vai sobrar pouquissimo para mim. A faculdade eu vou financiar. E nao vai demorar muito provavelmente eu arrume um estagio. Eu queria que fosse logo, mas acho que ainda leva uns meses. 4 meses? 6 no maximo. Espero eu. Minha mae achou muito bom. Meu pai melhor ainda. Porque me sinto tão triste? Porque crescer dói. Porque estar sozinho dói.

Sobre estar perdido

Eu nunca havia imaginado como seria minha vida sem ela. Andar pelos lugares pelos quais tantas vezes passamos juntas, rindo, abraçadas, de mãos dadas, agora, absolutamente sozinha. Sozinha. Mesmo quando tudo estava mal, nos conseguiamos consertar, conseguiamos ficar melhor ainda depois que passava. E agora, parecia que tudo estava irremediavelmente quebrado. Depois de tantos planos, depois de tantas coisas, depois de tudo, e tudo e tudo. Para acabar assim, para ir acabando assim, de um jeito lento, doloroso e apatico. De alguma forma eu sabia que as coisas acabariam assim. Ela ja fez isso outra vez com uma pessoa, e sabia que faria comigo. Ela só consegue se lembrar das coisas ruins, de todas as coisas ruins. E eu só consigo me lembrar dos dias de sol, da nossa toalha xadrez, das nossas mãos dadas. O que eu fiz de tao mal que a feriu tao profundamente a ponto dela nem mesmo conseguir me olhar nos olhos? Estou perdida, sem direção, sem ter pra onde ir. Sem ter pra onde voltar. Sem ter a quem me amar. Eu nunca havia imaginando que seria assim...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

dias melhores

Migalhas

Depois de tantos planos, e tantos sonhos, e tantas promessas, tudo o que me restou, foram migalhas. De coração quebrado, carregando os pedaços nas mãos, procurando migalhas, lembranças de um tempo onde eu nao poderia me sentir mais segura. Um dia, eu fui feliz. E essas migalhas, quase que por um segundo me fazem esquecer do momento presente, me fazendo sorrir. Deus me ajude.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

stay away

Eu deveria ficar longe dela, eu sabia que sim, sabia que seria a coisa certa a se fazer. Mas nao conseguia. Nao sei o que doía mais, ficar perto dela, ou ficar longe. Eu nao sabia o que poderia me ferir com mais forças. Eu gostaria de poder conversar com ela, como se nunca tivessemos nos visto, como se fosse a primeira vez. Gostaria de faze-la me conhecer, conhecer quem eu sou agora. Ela se apaixonaria por mim, nao tenho duvidas. Mas eu nao podia. Eu estava bem por fora, eu estava com aquela expressao serena de contentamento. Mas por dentro. Eu sangrava tanto. Eu esperava por ela. Esperava poder lhe mostrar quem eu era. Mas era tarde demais. Tarde demais para faze-la me amar como da primeira vez. Tarde demais para me sentir curada. Ir embora talvez fosse uma das melhores alternativas. Ela ja nao precisava de mim, seria mais facil para ela recomeçar a vida sem a minha sombra. Seria mais facil ela levar a vida sem mim. Meu tempo esta esgotando por aqui, logo terei de ir. O que Deus reserva para mim?

Sobre o estranho universo do meu coração

Meu coração tem uma forma pouco comum. Ele é do tamanho do universo. Semelhante a ele em todos os aspectos. Possui buracos negros que atraem e guardam minhas mágoas, e raivas e frustrações. Assim como tambem possui buracos brancos, que limpam essas mágoas raivas e frustrações e as poem pra fora de volta. Porque eu mesma nao sou capaz de guardar rancor de ninguem, seja quem for. Eu nao sou capaz de odiar por um periodo de tempo muito longo. Só pelo tempo suficiente para que tudo de ruim seja filtrado purificado e se transforme em qualquer coisa boa. Possui os chamados buracos de minhoca, para os leigos em física eu explico - buracos de minhocas sao atalhos no universo que podem te transportar instantaneamente para outra dimensão. É como se voce entrasse la e viajasse milhares de milhares de kilometros em apenas 1 segundo. - Esses buracos de minhoca que existem dentro do universo do meu coração sao a forma que eu encontro para voltar ao passado lembrando de coisas que as vezes sao boas, e as vezes nem tão boas assim. Existem tambem as nebulosas, que como o próprio nome diz, sao 'nebulosas' significam minhas incertezas e inseguransas pois nao consigo enxergar o que tem dentro ou atraves delas. Tem as estrelas, que como todos sabem possuiem basicamente 3 cores. Azuis - que sao mais quentes e novas - Brancas - que sao menos quentes que as azuis no entanto sao bem recentes tambem - Amarelas, que sao mais velhas e frias - e as Vermelhas que estao tao frias que logo iram se apagar e cair no esquecimento. Muito bem, o que isso tem haver? Isso, as estrelas sao as minhas lembranças. No entanto minhas lembranças nao sao assim classificadas exatamente nessa ordem. Tenho lembranças tão antigas, das quais ja deveria ter me esquecido mas elas ainda queimam como se fosse hoje, e essas sao azuis, e tenho lembranças tão recentes que nao faço ideia de que realmente aconteceram pois cairam no esquecimento, e essas lembranças sao as Estrelas vermelhas. E sobre as estrelas cadentes? Ah sao apenas pedaços de mim que fagulham quando conto alguma de minhas lembranças para alguem. E as galaxias são meus sentimentos. E o meu amor é assim, do tamanho do universo, INFINITO, e todas as lembranças que tenho de ti sao estrelas azuis, quentes e vivas, como se tudo tivesse se passado a menos de 5 minutos. Como se tudo tivesse acabado de acontecer. As nebulosas representam o meu medo perante as suas dúvidas. Os buracos de minhocas são a unica forma que possuo para voltar no tempo, e sentir como era me sentir inteira, como era ser tudo para alguem. A unica forma que eu tenho para ouvir sua voz sendo doce novamente, e seu abraço protetor. As estrelas cadentes são faíscas que pulam do meu coração todas as vezes que penso sobre voce. Um milhao de estrelas cadentes iluminão meu céu. E as galáxias, sao todos os sentimentos que carrego por ti. Amor, saudade, amizade, entre muitos outros, mas hoje, todas elas sentem apenas uma unica coisa: saudade. Então onde quer que voce esteja, esse é o meu pedido de S.O.S que envio atraves desta caixa. E se esse pedido chegar a tempo, antes que todas os se explodam, antes que todas as estrelas se apaguem e deixem meu universo, frio e escuro novamente. Por favor, se voce receber essa mensagem. Volte, volte de onde estiver, volte dentro de um foguete, volte pelo primeiro cometa que voce encontrar disponivel, volte, pois meu universo se encontra em colisão. Volte, pois precisamos de voce. Volte, apenas, volte para o seu lar. Volte para onde voce nunca deveria ter saido. Volte para onde voce é amada. Volte. S.O.S cambio, desligo.

Pouco tempo

É pouco tempo, mas eu pensei que as coisas começariam a melhorar. É pouco tempo mas eu pensei que alguma coisa mudaria. Pra melhor que sabe. Dizer que estou bem, seria pura mentira, quero minha vida de volta. Minha vida. Essa palavra que pra mim tem um milhão de significados. Sempre teve, hoje, mais do que nunca tem. Preciso que minhas aulas voltem, ou vou enlouquecer. Por enquanto eu estou conseguindo, afastar de mim sentimentos ruins, sentimentos de angustia, de tristeza, de desespero. Na realidade estao eles todos aqui dentro, o que eu estou fazendo apenas é nao olhar para eles. Sou como alguem que passa na rua e vira o rosto para um mendigo. Assim sou eu com meus sentimentos. Eu preciso dela, sinto sua falta, a amo de uma forma devastadora, mas como disse alguem - só funciona se as duas pessoas amarem na mesma proporção, se for reciproco e todos os sentidos - E eu meu amor é demasiado para que ela possa suportar. Tudo que eu quero é estudar, enxer minha cabeça com atividades e trabalhos, para que nao me sobre tempo de pensar nela. Tudo que eu quero é esconder esse buraco no meu peito. Tudo que eu quero tanta coisas que eu quero. E ao mesmo tempo tao pouco o que eu quero. No entanto, é pouco tempo ainda...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Eu sinto sua falta

Eu sinto sua falta. Será que voce sabe que eu sinto sua falta? O tudo de bom que houve entre nós ficou perdido em qualquer canto, de baixo de pilhas e pilhas de papeis, documentos e protocolos de recentimentos. Eu te amo, isso nao é o suficiente? Isso nunca foi o suficiente? Isso costumava ser. Eu sinto sua falta. Sera que voce sabe como doí pensar que voce nem lembra que eu estou aqui? Será que nao pensa em me ligar, perguntar como estou, dizer que ligou apenas para falar que estava com saudade. Gostaria de ser única novamente. Gostaria de ser motivo de suas alegrias. E eu tento com tanta força te fazer feliz, mas voce, sempre tão ocupada, e estressada, e cansada. Sera que voce nao imagina que eu preciso de voce? Que só voce pode fazer tudo ficar bem? Eu sinto sua falta. De voce segurar meu rosto e dizer que me ama. Eu nao sou mais o que voce quer? Voce se enganou? Eu sinto falta de ser tudo que mais importava. Voce me acostumou tão mal. Quando voce disse que seria para sempre, eu acreditei. Acreditei em cada palavra que me disse ao longo desse tempo todo. Será que um dia voce vai me amar como da primeira vez? Será que um dia essa dor vai deixar de rasgar meu peito? Sera que algum dia eu vou conseguir respirar novamente? Será que um dia eu vou te fazer feliz? Eu sinto sua falta.

Someday ok'

E o dia se passou. Lento, monótuno, parece que fiquei aqui, nessa mesma posição, nesse mesmo lugar o dia todo. Olhando para as paredes. Nao sei dizer se fiquei mesmo ou nao. Nao sou capaz de me lembrar. Meu desejo era apenas que as aulas voltassem, o mais rapido possivel. Eu necessitava ocupar minha mente. Que agora, estava tão vazia. De manha, tomei outro banho, cortei meus cabelos, fazia anos que nao o fazia. Cortei. Cortei muito, e no entanto continua da mesma forma que era. Nem parece que fiz nada. Peguei o violão, o segurei nas mãos, tambem nao saía nada. Olhava para as paredes frias do meu quarto. Um desenho inacabado. Eu disse que quando terminasse meu foguete, eu iria embora. Dentro dele. Nao terminei. Só queria sair um pouco, e andar, até que minhas pernas nao aguentassem mais. Nao sinto nada. Nem dor. Nem medo. Nem nada. Como se estivesse entorpecida. Como se estivesse offline. Como se nao estivesse dentro do meu corpo, e sim fora dele, assistindo a mim mesma. Pela manha logo depois do banho, coloquei algumas musicas, e chorei. Cada nota, e cada verso me molestava o coração. Mas agora, sou tomada de uma dor tao imensa que nem a sinto mais. Sera que me entende? É como o frio. Se voce sai de regata num dia de frio, voce começa a congelar e ter convulsões. Mas depois de um determinado tempo, depois que todo seu corpo esta congelado, vc nao sente mais o frio. Apenas um pequeno encomodo. Como agora que meus braços e minhas maos estao frias, mas nao sinto frio, pois ja me acostumei. A dor tem qualquer coisa de parecido. Depois que a alma congela, depois que o coração congela, nao pulsa, e nao doi. No entanto, respirar ainda me é uma tarefa dificil. Eu vou ficar bem. Someday, ok.

As coisas mudaram...

Naquela noite, depois de te-la despejado todas aquelas palavras, levantei da cama, cambaleando, sem saber bem o que estava fazendo. Minha intençao era tomar banho, mas, mal abrira a porta do quarto, me faltou chão, e eu cai, de joelhos, chorando como uma criança de 5 anos. Doía tudo, tudo. Cada osso, cada pedaço de mim, cada arteria do meu coração pulsando tao forte, como se meu sangue fosse tao grosso, que puderia arrebentar tudo. E eu sentia tudo. Nao conseguia levantar. Nao tinha forças. Nao tinha nada. Eu definitivamente, nao tinha mais nada. Minha mae me apanhou, me colocou na cama, e ficou lá em silencio, sem dizer uma só palavra. Me ouvindo chorar e soluçar, sem dizer nada, sem fazer nada alem de acariciar meus cabelos. Chorei ate que um grande vazio restasse aqui dentro. Fui para o banheiro, que era o plano inicial, tirei a roupa, liguei o chuveiro, me encostei contra as frias paredes de azuleijo, sem me importar com a temperatura, e deixei que me corpo deslizasse, ate que atingiu o chao, frio. E la fiquei, por um tempo que nao sei determinar quanto. La fiquei, encolhida, abraçando-me o mais forte que podia para tentar manter meus pedaços inteiros. La fiquei, imovel, sentindo a agua cair sobre mim, como se fosse chuva. Morna, quase fria. La fiquei. Quando sai do banheiro, as luzes estavam apagadas, da casa toda. Tomei uma dose extra de calmante, um pouco mais do que seria necessario, deitei e dormi. Assim, rapido. Sem sonhos. Um grande escuro na minha mente. E acordei agora, 4 a.m. Minha cabeça latejava do tamanho do mundo, e todas as coisas que eu nao aguentava pensar voltaram-se para mim como uma grande onde, me escaldando, e me afogando: As coisas mudaram - disse ela. As coisas mudaram, as coisas mudaram, as coisas mudaram, as coisas mudaram, as coisas mudaram. As palavras se repetiam na minha cabeça sem parar. E doía de um jeito, que parecia que ia explodir. Lembrei do filme 'scanners' quando a cabeça do cara explodiu. Parecia que ia acontecer comigo. Queria dormir, precisava, muito, mais que tudo nessa vida, mais que ninguem, precisava dormir. Mas nao conseguia. Por mais que tentasse. Entao decidi escrever um pouco para me aliviar. Se fosse em outro momento qualquer da minha vida, eu teria saido, enxido a cara, cheirado, fumado, me cortado. Sei la. Qualquer coisa. Mas desta vez. Eu só queria dormir.

terça-feira, 19 de junho de 2012

um dia...

Juro por deus que eu aguentei, tudo que me foi possivel, ate mais do que achei que seria capaz, e toda dor, que foi me matando de dentro pra fora, ate nao sobrar quase nada aqui dentro. Nada alem de dor. Matou meus sorrisos, matou minhas esperanças, matou meus sonhos. Mas as coisas vao melhorar. Tudo vai ficar bem, eu vou ficar bem, serei feliz um dia. Um dia.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nada além de spam, nada além de nada

Ela se esforçava, e passava muito tempo tentando ocupar a cabeça, jogando, lendo, estudando, tudo para manter sua mente muito ocupada. Mas era inevitavel, bastava um momento, um segundo de descuido, ela olhava no celular. E lembrava que ele permaneceu o dia todo em silencio. Sem mensagens, nem ligações, nem nada. Era boba, e ligava e desligava o aparelho, quer sabe nao fosse um problema de rede? Um problema de sinal? Mas o silencio prosseguia. As vezes, o dia todo. E ai procurava em outros lugares. Ate mesmo num dos seus emails, se nao havia la, qualquer coisa. Nao havia. Nada alem de spam. Ela respirava fundo, afastando - tentando afastar - aquele sentimento triste que rastejava em sua direção. Sorria, e esperava por dias melhores.

domingo, 17 de junho de 2012

amor do tamanho do mundo

Voce me ama muito, e cuida de mim - Disse ela. Parecia mentira que ela dissesse algo assim, parecia mentira que ela pudesse entender isso. E eu sei que nao entendia, nao compreendia a dimensão do meu amor, mas o simples fato dela pensar sobre isso, fez meu dia todo ter valido a pena. Fez tudo valer apena. Algumas vezes é dificil, e machuca, mas, sempre vale a pena. E mesmo que tudo dê errado, mesmo que nada funcione como o planejado, ainda assim terá valido a pena.

something in the way

Ela tinha rosto de anjo. Traços leves, suaves. Quando eu a ví, soube porque a vida me trouxe até aqui. Soube porque fui trancada nesse mundo, soube porque tudo aconteceu da forma como aconteceu. Eu não sabia o que devia fazer, quando a vida te surpreende voce nunca sabe o que fazer. Então fazemos o que os humanos sabem fazer de melhor. Merda. Ela era única. E eu estava tão desesperada para fazer algo, que tudo que eu fiz foi errado. Eu nao sabia amar, e meu jeito de amar nao era certo. Mas eu nao conseguia nao ama-la, eu queria nao amar, pois tamanho sentimento me machucava de tal forma que eu nao entendia como ainda meu coraçao era capaz de pulsar. E pulsava. Something in the way she moves, atract me like no other love... Ela dizia que eu era obsecada, possessiva. Ela me disse tantas coisas, sobre tantas pessoas. Ela dizia que se sentia usada por todos, ela me dizia tantas coisas, que meu instinto era apenas, e somente de protege-la e de todo mal, e de ama-la de todo coraçao, como se pudesse apagar cada uma de suas cicatrizes e cada marca de dor que o mundo lhe causou com todo meu amor. E ela dizia que eu devia fazer as coisas por mim, ela pedia que eu fosse egoista, ela pedia que eu fosse como o resto do mundo. Quando tudo que eu queria era protege-la. E eu chorava, ridiculamente, copiosamente. Sem conseguir parar. Ela poderia me pedir qualquer coisa, ela poderia me pedir o que fosse, e eu faria. Mas nao podia me pedir que nao mais a amasse assim. Mal eu sabia que o amor tambem poderia matar. E aos poucos, matei suas alegrias, seus sorrisos, e no final, seu olhar para mim era apatico, e cansado. Cedo ou tarde, entendi, que meu amor era demasiado, e decidi, que as coisas iriam mudar. Eu disse isso ontem, e volto a repetir hoje: As coisas vão mudar. - E vão mesmo. E ja estao mudando embora a mudança esteja acontecendo aqui dentro, embora ninguem alem de eu mesma poder ver. Tudo esta mudando aqui dentro. Hoje sou alguem melhor do que era ontem, e amanha, serei alguem melhor do que sou hoje. E daqui algum tempo, ela sentirá vontade novamente de dizer que me ama. Sentirá vontade de estar comigo, onde quer que for. Sentirá vontade de me sorrir. Sentirá orgulho de mim. E será feliz. Como eu sempre quis que ela fosse. Será. Serei. Seremos.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As coisas vão mudar.

As coisas vão mudar. Eu vou ser alguém. Gostaria de ter feito isso por ela. Gostaria de ter feito isso por nós. Gostaria de termos conseguido isso juntas. Ela não quis. Ela falava sobre como eu deveria fazer tudo por mim mesma, e como eu deveria crescer e como eu deveria amadurecer, enquanto minha expressão ia se tornando dura feito pedra, e a saliva, grossa e amarga, como fél. Se é que é assim que se escreve. E se eu nao fui o suficiente, se nao fomos. Farei isso, por ninguem. Farei isso pela dor, farei isso, para que o tempo feche mais rapido minhas cicatrizes que as palavras dela me causaram. É dificil escrever isso, me dói. Nao vou olhar para os lados, nao vou me importar com mais nada. Nao vou ser nunca mais o que fui. E de longe vou espiar pelas frestas da sua vida, sua felicidade, seus sorrisos que nao sao mais meus, seu coração batendo forte por alguem que nao sou eu. E cada vez, vai sangrar, e cada vez, vai machucar mais. E mais. Mas eu vou ser alguem. A minha arte há de mudar esse mundo. E eu vou ser alguem. Alguem com quem voce gostaria de estar. Mas talvez se passe muito tempo, talvez voce nem mesmo veja isso. De qualquer forma, eu vou ser alguem. E como diria meu velho amigo Caio. E as coisas vao mudar, nem que eu lute contra mim todos os dias.

junho

Eu vivia esperando, mesmo quando eu sabia que ela nao viria eu esperava. Contava os segundos, os minutos, e calculava quanto tempo levaria de lá até aqui. E acreditava, que de repente ela bateria na porta e abriria de vagarinho como sempre fazia. Mas ela nao viria. Nao hoje. Nao nesse frio, nao com essa chuva, nao aqui. Mesmo assim, esperava, que nem a chuva, nem o frio, a impediria. Nao hoje. Nao aqui. Nao que ela nao quisesse, claro que queria, mas com esse tempo. E se fosse o contrario, claro que eu iria. Mas ela nao. Nao hoje. Nao com esse tempo. Meu coração martelava. Era chato, o coração mais chato do mundo. Mas acreditava. Acreditava em tudo, em cada palavra, e acreditava até mesmo quando ela nao dizia nada, acreditava, no possível, no impossível, no provável, no improvável. Achava que todo mundo amava igual, que todo mundo deveria amar igual. Só porque amava demais. Mas nem todo mundo amava demais, e nem todo mundo amava igual, e nem todo mundo acreditava, e nem todo mundo… todo mundo. todo. mundo. mundo. Engraçado como algumas palavras que tem um sentido cheio por assim dizer, possa te fazer sentir ainda mais sozinho, como todo, e como mundo. De repente estava sozinha, no seu quarto, na sua casa, no seu bairro, na sua cidade, no seu estado, no seu país, no seu continente, e no seu mundo. Ninguém apareceria hoje. Não hoje. Nao aqui. Nao com esse tempo. Ainda poderia esperar mais 30 minutos. E olhar o relógio, fazia o coração martelar, ainda mais, ainda com mais força. Boba. Parecia coração de criança. Coração bobo. Exagerado como só ele haveria de ser. Coração bobo. Bobo, bobo, bobo. Mas que doía. Doía demais. Doía tanto por tão pouco. Coração pirracento. Será que nao entendia que nem tudo poderia ser como quer? Na hora que quer? Mas contudo, porque nao? Pois pedia tão pouco. Nao pedia nada além do que merecia, na verdade, pedia bem menos do que merecia. Pedia apenas o suficiente para bater feliz. E ainda assim, nem tanto, o suficiente para nao martelar. Mas, nao com esse tempo. Nao aqui. Nao hoje.

tanto faz

Eu passo tanto tempo sem dizer uma só palavra, sem emitir som, sem forçar meu maxilar mais do que o necessário para ingerir alimento ou substancia, ou escovar os dentes, que quando tento abrir a boca um pouco mais, parece que vou rasgar os cantos da boca ou que meu queixo vai cair, no sentir literal. Tanto faz. Nessa casa nova, nada tenho eu a fazer alem de… bom, nada. Sinto falta de escrever no meu blog de madrugada, então me contento com o editor de textos. Ja que nao tenho internet. Anyway. Passo tanto tempo atoa que deu até para escrever 2 livros! haha Nada muito bom, eu admito, o primeiro é uma auto-biografia. Embora já tenha terminado de escrever, ela nao está completa. Falta muito. Humn, na verdade nem tanto. É que fiquei com preguiça de escrever mesmo. E também no caso dos meus pais lerem, gostaria de poupa-los, dos meus dias de bebedeira, e afins. Mas fui sincera como nunca havia sido até então, pelo menos publicamente. Passo bastante tempo lendo, ou escrevendo, ou dormindo, ou lendo artigos. Meu único contato com o mundo exterior, é meu iphone, aquela caixinha de metal pesadinha, que nao me deixa perder completamente a noção do mundo ai fora, já que tenho saído tão pouco nos últimos tempos. Mas sabe como é internet móvel né?! Coisa do capeta mesmo. Mas consigo abrir as paginas que eu desejo e vez por outra ainda tenho que aturar minha namorada dizendo que eu fico adicionando fulana ou sicrana. Sim, no feminino. Realmente, toda hora aparece ''BROKEN começou uma nova amizade com @$##@%@'' E são sempre pessoas que eu não faço a menor idéia de onde surgiram. Enfim, isso só começou a acontecer depois que passei a usar o face do iphone. Apenas uma falha na usabilidade de um aparelho que nao me deixa nada a desejar. Esses dias eu estava assim de madrugada sem nada para fazer lendo alguns artigos, e encontrei um no qual um caipira idiota reclamava do seu macbook. Curiosa, para saber o que tanto de defeito o aparelho continha, li todo o artigo dele - que era longo - o único argumento que ele tinha era que as bordas do macbook White, eram desconfortáveis machucando os 'frágeis' pulsos da donzela, e que o aparelho era horrível por ter somente duas entradas usb e o teclado ser americano. Era cômico. Isso que dá por um equipamento de alta qualidade e desempenho na mão de qualquer um. Uma maquina que só merece elogios pelo seu sistema operacional e pela rapidez com a qual processa os dados. E o cara vem reclamar que as bordas machucam o pulso e 2 entradas usb são poucas? Ah, por favor, pra atualizar status de rede social e entrar no msn um Positivo estava de bom tamanho. Realmente, os acentos são um problema, mas rapidamente você descobre os atalhos, e pronto, é automático. Sem contar que te faz escrever corretamente, evitando vícios e erros ortográficos. Então fui atras de mais artigos como esse que criticavam os macs. E era sempre a mesma baboseira, gente preguiçosa, que nao sabia por acento e ficava puto por nao saber usar o Finder. Tão acostumados com o Iniciar, tinha nego querendo dar tiro no meio da testa. Devia ter dado mesmo. A pessoa perde tempo escrevendo um post sobre uma maquina que nao deixa nada a desejar, mas nao perde 2 minutos para descobrir onde estão os acentos. Mas também, nao dá pra esperar muita evolução intelectual de uma pessoa que ainda deve usar o Internet Explorer como navegador padrão nao é? haha Eu também podia estar fazendo qualquer coisa mais interessante ao invés de falar mal de quem fala mal do OS X (operacional system x) E também como sei que ninguém lê isso, me sinto a vontade para esculachar quem eu quiser. Esculachar é uma palavra estranha… humn enfim. Once you go mac, you never go back. Ja é de madrugada, e faz tempo, meu sono, cadê? Escrevo no escuro, evitando olhar para qualquer outra coisa que nao seja a tela brilhante. Morro de medo do escuro. Estou com fome, ultimamente estou sempre com fome. Mas quase nao como, por pura preguiça mesmo. Eu almoço as 15hrs, janto as 22hrs e no resto do tempo estou dormindo, lendo, ou vendo qualquer coisa sobre zombies, nao dá vontade de comer. Preguiça mesmo. A Dani ficaria louca de ler isso.

- domingo 3 de junho de 2012 - 2:35 a.m

Minhas mãos doíam de tal forma que nao me deixavam dormir. As mãos, os punhos, os pulsos, os braços. Eu deitava, e ainda assim, sentia meus braços cansados. Como se nao pudessem descansar. Era 4:30 da madrugada. Eu havia passado as ultimas 4 horas debruçada sobre uma pilha de folhas sufite, rabiscando, e rabiscando, e rabiscando, com um pequeno pedaço de giz de cera preto, que ia se tornando cada vez menor. E quanto menor ele se tornava, mais força eu tinha que fazer para conseguir firma-lo em meus dedos para continuar escrevendo. Desenhando. Rabiscando. Doía infernalmente. Eram 4:30 da madrugada, quando eu me deitei, ainda elétrica, sem sono. Fitando as sombras nas paredes, rezando para que eu caísse logo no sono, para que amanhecesse logo e eu pudesse te ver. Eram 5 horas e eu me sentia tão feliz por ser sábado, que nao conseguia pregar os olhos, dali há poucas horas você estaria aqui. Eu mal podia esperar, eu queria te mostrar o que eu estava fazendo para você. Você ia gostar muito, eu acho. Era meio dia e pouco quando sinto meu celular vibrar, nao sabia distinguir o sonho do real, e nao sabia se o vibrar estava mesmo acontecendo ou era fruto da minha imaginação. Vibrou de novo, era você, duas mensagens. Eu mal conseguia abrir meus olhos, tentei digitar o melhor que pude. Mas depois quando rê-lí as mensagens novamente, era difícil entender o dialeto que eu mesma havia escrito. Era mais de uma hora quando você me liga, irritada, estúpida, dizendo que eu era folgada, que eu nao dava importância ao que você queria, e um monte de outras coisas que você cuspia feito fogo, mas em outras palavras. E então você disse que eu era igual á nao sei quem que você namorou. Eu poderia aguentar suas grosserias, suas patadas e o que mais viesse, mas ser comparada aqueles idiotas, nao, isso nao dava pra engolir. Fui te buscar no ponto, fiz barraco mesmo, Estava prestes a explodir. Podia matar alguém aquela hora. E você, calada, como se eu tivesse surtado a troco de nada. Depois de tudo que eu fiz e passei para ficar com você, você vem me jogar na cara que eu sou igual aqueles retardados que voce beijou? Ah! Por favor! Eu preferia ser comparada á merda do cachorro. E ai chegamos em casa, eu irritada demais para conversar civilizadamente, e voce com aquela cara de 'voce me decepcionou' Aquela dor maldita no peito martelava novamente, aquela dor desgraçada. Dando socos no meu peito. Aos longo da tarde nosso humor foi melhorando. Mas se eu dizia 'te amo' ouvia o silêncio como resposta, se tencionava te dar um beijo, voce virava o rosto para o outro lado. Nao conversamos. Dormimos. Dormi. Eu acho. Quando voce foi embora, comecei a assistir um desses programas de humor que nao tem graça nenhuma. Ri até chorar. Mas na verdade estava rindo para nao chorar. Rindo de desespero. Grata pelas lágrimas de riso se misturarem com as de desespero e assim minha mãe nao acharia estranho me ver com os olhos escorrendo quando entrasse no quarto de surpresa. Eu ria até nao poder mais. Mas as lágrimas que caiam nao eram dos risos. Nos sabemos muito bem. Eu sei muito bem. O riso era alto, e até me faltava ar, mas no fundo, eram gritos. E pancadas. Como eu podia amar tanto uma pessoa que me machucava tanto? Uma pessoa que mesmo apenas com o silêncio era capaz de me ferir assim, tão profundamente. E doía, e martelava, e me arrebentava o peito. Me arrebenta agora. Me arrebentava anos atras. Me arrebentará muitos anos a mais. Um buraco gigantesco no meio do peito. Dolorido. Quanto mais eu ainda teria que passar até que a tormenta tivesse fim. Nao tenho dúvidas que é voce, quem vai me fazer feliz até o fim. Mas quanto mais suportaremos até ter um final feliz? Eu merecia mais do que voce me dá. Eu merecia um pouco de amor, só amor, sem pancadas. Sem hematomas. Sem marteladas. Voce sempre diz que me ama de um jeito que eu nao posso imaginar. Mas nao parece. Esse amor com o pé atras, amor desconfiado, pra mim, nao funciona. Dizem que nao é porque alguém nao te ama como voce quer, que essa pessoa nao te ame com tudo que pode. Mas pra mim, isso nao é suficiente. Eu nao trabalho? Eu nao estudo? Eu nao faço nada? Isso te irrita? Mas e quando eu trabalhava e estudava e fazia tudo junto? Voce nao dava a mínima também. Estou cansada, magoada, machucada, arrebentada com as porradas que a vida me dá. Nao sobrou nada de quem eu era. Nao sobrou orgulho, nao sobrou alegria, nao sobrou amor próprio. Nada. Eu mudei tanto, achando que tinha mudado para melhor, achando que havia me tornado alguém digno de voce amar. E no final, me tornei alguém que voce nao suporta, que faz tudo errado o tempo todo. O que adianto virar gente, se voce gostava mesmo, era quando eu nao prestava? Mas eu nem sei mais como é nao prestar. Nao sei mais ser marrenta. Nao sei ser como eu era. A minha alegria era te fazer feliz, mas nem isso eu sou mais capaz. No fundo, talvez voce tenha razão, eu sou um nada. Sou igual seus ex idiotas. Sou uma idiota, igual a eles, que pensava que alguém como voce realmente poderia amar alguém como eu. Quem nao aguenta o tranco é voce. Quem tem medo é voce. Quem foge quando o circo pega fogo é voce. Eu sempre estive aqui. No mesmo lugar, o tempo todo. Fazendo o possível, e o impossível para te fazer feliz, para te merecer. E o que eu ganhei em troca? Um pouco de amor e meia dúzia de pedras. Parece mesmo é que eu estou morrendo. De dentro para fora. Como se voce estivesse matando tudo de bom que voce cultivou em mim. Sinto falta de voce me amar. Sinto falta de ser aquela pessoa que fazia seu dia mais feliz. Mas essa pessoa voce também matou.

08 de junho

Nao era raro se sentir triste. E se sentia. Quase sempre. Quase todos os dias. Dias frios, diga-se de passagem. Frios, chuvosos, tristes, silenciosos, e solitários. Complicado. Precisava de mais amor do que recebia. Estava morta de fome, correndo atras de migalhas de afeto. E se sentia triste. Ocasionalmente triste. A pessoa mais triste do mundo. As vezes. Sentia medo, frio, e solidão. Havia se tornado uma pessoa medrosa e solitária. Acontece quando voce se isola do mundo. Sua cabeça doía infernalmente. Nao era raro doer. E doía. Quase sempre. Quase todos os dias. Nao conseguia dormir, por mais que tentasse. Seus horários eram muito diferentes dos convencionais. Ia quase sempre dormir as 7 a.m enquanto muitos levantavam para trabalhar. Acordava as 15 p.m 16 p.m e ia almoçar quando muitos se preparavam para tomar café ou voltar para casa. Tentava muito, mas nao conseguia. Comia pouco, nao sentia fome, e quando sentia nao tinha comida. Nao exatamente aquilo que ela gostaria de comer. E nem ela sabia o que queria comer. Tentava pensar em alguma coisa que lhe abrisse o apetite, mas tudo que lhe vinha a cabeça te causava náuseas. Coisa chata. Sentia falta de sentir fome. Fome de verdade. Sentia falta de dormir. Dormir de verdade. Sentia falta do calor. Calor de verdade. O mais próximo do calor que chegava ultimamente, era quando ligava o aquecedor para inutilmente tentar se aquecer. Inutilmente. Ou no chuveiro. Mas era pior quando desligava e tinha que pegar a toalha fria. Tinha tanta coisa que queria falar, tantas. Mas nao podia. Nao podia falar para sua mãe que se abalava facilmente, nao podia falar para sua namorada que se irritava facilmente, nao podia falar para o psiquiatra, pois nunca o via, nao podia falar nem para Deus que lhe julgaria ingrata. Então, escrevia. Aqui. As vezes. E desenhava. Nas paredes. As vezes. Pintava as paredes da prisão, tentando humanizar o ambiente. Pintava as paredes da prisão, na tentativa de nao se sentir prisioneira. Uma arte inútil. Uma arte que nunca a levaria a parte alguma. Quem se importa com a arte? Tanto faz. Sentia falta do arco-íris. Sentia falta dos pássaros. Das vacas voadoras. E das zebras. Sentia falta de tanta coisa. Sentia falta do amor. Dias atras foi busca-la no trabalho. Aquele frio que te congelava os ossos. Esperou ansiosamente do lado de fora, mas quando a viu, nem mesmo sorriu. Como se a surpresa fosse indesejada. Como se não fosse exatamente quem gostaria. Hum. O coração partiu em meia dúzia de pedaços. Mas levantou os olhos e sorriu, talvez de nervosismo. Sempre sorria demais para disfarçar qualquer dor. E se começasse a gargalhar era bom nao parar, pois era certo que cairia no choro em seguida. Sentia falta daqueles seus olhos brilharem ao lhe verem á sua espera. Do sorriso mais largo se abrir enquanto caminhava em sua direção. Sentia falta de tanta coisa. Sentia falta de tanto amor. Era uma dor insuportável. No mais literal sentido da palavra. Um dor, que estava a matando. Quando estava tudo bem, estava tudo ótimo. Mas qualquer pequeno deslize fazia seu coração quase parar. E então sorria. Quando podia, quando conseguia. Sorria. Sentia falta de dormir. E de sonhar, um pouco. Noite passada, sonhou com zombies. Foi com certeza o melhor sonho que teve nos últimos meses. Sonhar com zombies era o mais perto da felicidade que ela chegava enquanto dormia. E sentia tanta falta de dormir. Se pudesse dormiria o mês inteiro. Dormir era melhor do que ficar acordada. Esperando, esperando, esperando. Esperando um bom dia, uma mensagem, esperando qualquer coisa. Estava sempre esperando. E estava cansada de esperar. Estava doente de tanto esperar.

qualquer dia de maio

Achei uma foto que de tão velha me assustou. Uma foto de quase 10 anos atras. 2004 para ser mais exata. Uma menina, tão parecida comigo, que dei um pulo para trás. Mas nao era eu. Nao. Nao podia ser. Na foto ela sorria, um sorriso sem meias verdades, e seus olhos sorriam. Maquiagem, unhas borradas… Nao uso maquiagem, mal pinto as unhas, mas por deus, como ela se parecia comigo! Tanto que corri para um espelho e fiquei me encarando, uns bons 5 minutos, olhava a foto, olhava o espelho, olhava a foto, olhava o espelho. Tocava meu rosto com as pontas dos dedos. Descobri entao onde estava o erro. Nos olhos. Ela, tao leve, sorrindo, sabe deus qual seria o motivo, olhos claros. E eu, sobrancelhas juntas, com ar de raiva, olhos sérios, procurando alguma coisa, olhos de desconfiança, de medo. Labios serrados. Tentei sorrir. Nao ficou parecido com a foto, nem de longe. Sorriso largo, que nessa boca pequena nao cabe. Boca de ofenças, boca maldita. As vezes sinto ela em mim. Aquela menina, tentando voltar, pedindo pra voltar, sorrindo, afagando. Peço que fique, que fique e me ensine a ser como ela. Ela quer ficar, mas nao consegue, e ela se vai com seu olhos claros de amor. E eu fico aqui, com esses olhos escuros, de mágoa. Porque?