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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

tempestades

Eu estava confusa, extremamente confusa, e atordoada. Eram varios os motivos, isso me deixava triste. Isso me deixava cansada. Eu nao tinha mais o mesmo animo para encarar as coisas de sempre. Os jogos de sempre, nao tinha mais paciencia para esperar e ver o que havia atras da cortina. Quais os misterios. Eu nao tinha mais saco para segredos, para meias verdades, ou verdades nao ditas. Eu queria as coisas as claras. Era apenas como se eu estivesse em meio a uma tempestade de areia e as coisas nunca pareciam clarear.

sábado, 26 de outubro de 2013

alguma coisa

Eu estava tao absorta em meio a bagunça do meu mundo que nao reparei, a dor havia me abandonado. Eu nao sei dizer quando ela se foi, e nem ao menos por quanto tempo vai ficar fora - acredito que volte para buscar suas coisas que ainda estao espalhadas por aqui - mas quando percebi, entava escovando os dentes e me olhando no espelho e nao havia nos olhos sinal de dor. Nao estava feliz, não é assim, só porque voce nao esta triste é obrigado a estar feliz, nao! Eu estava normal, eu era depois de muito tempo uma folha em branco, aguardando ser desenhada, preenchida com traços. E foi assim, no meio do corredor, no caminho entre o banheiro e a sala, que eu senti pela primeira vez, meu coração fagulhou, aqueceu um pouquinho e quase, eu disse quase, por um segundo eu tive certeza que ele iria bater. Nao bateu, mas chegou perto. Era uma sensação estranha, há muito desconhecida. Esquecida. E o mais estranho, meu celular nao estava no meu bolso. Quero dizer, isso nada tinha haver com ela. Pela primeira vez, ela havia deixado de ser o centro do meu universo. Eu era o centro do meu universo. E quando vi, nem percebi, que estava tão ocupada pensando em tantas coisas diferentes, que havia me esquecido mesmo que momentaneamente de tudo que me fazia mal. Vez por outra é claro, eu tropeçava em uma ou outra mágoa que estavam espalhadas por toda parte, tropeçava em uma promessa nao cumprida, em uma lembrança dolorida, mas nao chegava a cair. Me desiquilibrava por um pequeno instante e continuava o que estava indo fazer. Mas foi hoje, depois de muito tempo, enquanto escovava os dentes, que eu olhei no espelho, e percebi. Eu nao estava triste.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

rotina

E estava triste, e mesmo quando eu estava feliz eu estava triste, como se a vida tivesse um pano de fundo preto e branco, mas isso não é para me lamentar. Quero dizer, era uma coisa habitual, e espero que entenda que quando digo tristeza, estou querendo dizer vazio. Um vazio que eu passava os dias tentando preencher, preencher com trabalhos, e trabalhos, trabalhos que eu nem mesmo precisava fazer. Coisas que nem mesmo eram da minha conta. Como agora, que eu me propus a aprender 3 ou 4 softwares simultaneamente. Photoshop, illustrator, Sketchup, Keyshot... e ainda haviam uns 3 na fila de espera, como o promob, o autocad e o InDesing. Todos os dias eram iguais. Eu acordava, geralmente entre as 10 hrs, e sempre executava a MESMA rotina. De olhos ainda fechados tateava por baixo do travesseiro a procura do celular. Com um dos olhos semi-abertos olhava as horas. Nao importa quao cedo fosse, era sempre tarde demais, e eu ja me sentia atrasada. O segundo passo era abrir o notebook ainda deitada. Ligava o skype, algum dos 4 programas - e as vezes 2 simultaneamente - e mergulhava, hora num mundo de traços delicados e cores vivas, hora num mundo de angulos complexos e texturas. 2 horas passavam em 2 minutos, e ao meio dia me levantava para um banho rapido. Voltava para cama e continuava o trabalho, alternando entre uma janela, uma linha, e uma conversa com ela. De repente ja eram 18hrs, um piscar de olhos, e eu nao ia a faculdade. Mais 5 minutos e minha mãe ja havia chegado em casa, e rapidamente ja passavam da meia noite, e eu nao me lembro de ter secado o cabelo, de ter almoçado, ou muito menos do que havia acabado de jantar. Nao me lembro do que conversei com minha mae enquanto comia, e nem das conversas paralelas entre ela e o meu tio. Tudo que eu podia me lembrar é da tela brilhante do computador, da minha obsessão em querer desvendar aqueles programas como quem decifra um quebra cabeça. De sentir orgulho de mim a cada nivel avançado, e ver uma arte finalizada tão bonita que eu quase nao acretivada ter feito tudo sozinha. Tudo que eu podia me lembrar, era da dor ir diminuindo enquanto eu desenhava. Era por isso que eu passava tanto tempo, ali. Parada em frente ao computador, algumas vezes - muitas - usando 2 computadores ao mesmo tempo. Quanto mais informação, menos o vazio me encomodava. Era a hora em que eu me sentia bem. Quando estava criando. E entao ja era 5 da manha, e eu com os joelhos e costas doloridos, encarava meu rosto cansado contra o espelho do banheiro enquanto escovava os dentes, e sentia todo o torpor voltando novamente. A indiferença triste. O vazio da solidao me ocupando o coração. Entao eu viria para o quarto, entraria nesta pagina, escreveria coisas que ninguem iria ler, e decidiria sobre postar ou nao. O sono levaria ainda 1 hora para chegar. Quando chegasse, eu me entregaria sem lutar, e as 10 horas eu estaria acordando novamente, tateando pelo celular, abrindo o computador... O meu medo, é de passar tanto tempo, tentando me anestesiar com trabalho, que quando esse torpor for embora, o pouco que eu tenho ainda, ja tenha me sido tirado. Meu medo é de que quando eu finalmente estiver inteira, seja tarde demais.

uma solidão chamada de liberdade

Hoje eu estava triste, uma tristeza que tinha como fundo verdadeiro a decepção. Sem muitas palavras, sem muitos rodeios. Nao ferido de morte, nem nada assim, nada doloroso. Apenas triste, chateada, decepcionada com todo mundo. Ser livre é apenas um modo diferente de estar sozinho, liberdade é sinonimo de solidão. Nesse momento sou livre para ir onde quiser, mas bater as asas as vezes pode fazer seu coração parar de funcionar, entao... O que eu nao daria para me ancorar, bem firme, com os dois pés nos chão, firme e seguro, em algum lugar onde eu desejasse nunca deixar. Algum lugar a salvo.

sábado, 19 de outubro de 2013

quem eu nao sou.

Voce nao vai me ver enxendo a cara, voce nao vai me ver beijando 4 numa festa, voce nao vai me ver me declarando para ninguem, voce nao vai me ver postando fotos e comentando com coraçõezinhos. Isso ficou para tras. Voce nao vai me ver morrendo em qualquer canto, nao vai me ver tentando me matar, ou cortando os pulsos. Isso tudo ficou para tras. Voce nao vai me ver em parte alguma, estou longe de tudo. Longe do mundo, e longe de mim. É confuso. É complicado. Houve um tempo onde eu tinha certeza de quem eu era, e onde eu pertencia. Entao por muito tempo, estive trancada em uma caixa escura, como um passaro de asas arrancadas. Essas coisas levam tempo, e levam tudo. Levam tudo que voce tem. Tudo que voce era. Tudo que voce quis. E liberdade pode ser uma coisa bem amarga. Depois de sair da caixa, eu era livre como nunca fui antes, eu poderia ir onde quisesse, fazer o que quisesse, ser quem eu quisesse. Mas muito havia se perdido. Eu nao sabia mais o que eu queria, nao sabia mais para onde deveria ir, nao sabia mais quem eu era. Era dificil dizer, era dificil saber. Mas uma coisa eu sabia, com todas as minhas forças eu sabia quem eu NAO era. E eu nao era mais aquela menina, aquela que fui durante toda minha vida. Eu nao era mais, e nada em mim lembrava nada sobre ela. Nem os olhos, nem as atitudes, nem as roupas, nem os objetivos, nem a forma de falar, nem a forma de olhar, ou sentir. E talvez, apenas se talvez, seu coração pulsasse com um pouco de força, talvez apenas seu coração tivesse permanecido intacto. Mas isso é apenas umas suposição.

sem titulo

Eu queria saber, que eu poderia me atirar de um precipicio e ainda assim estaria salva antes mesmo de alcançar o chão. Ser livre para voar num ceu azul de nuvens suculentas. Eu queria estar a salvo de novo, eu queria meu coração inteiro. Mas tudo que eu sentia era como se eu fosse uma borboleta de asas despedaçadas, que cada vez que tenta voar despedaça um pouco mais. Eu olhei pra ela, aqueles olhos bonitos que costumavam brilhar, e, nao havia brilho, nao havia luz, nao havia nada, era como se ela estivesse numa escuridao total, as lembranças dolorosas percorreram minha mente sem que eu pudesse evitar, era impossivel nao lembrar, e o mais estranho, é que tudo que eu podia sentir era uma vontade de cuidar dela, ela nao precisava que cuidasse, ela nao precisava de mim, mas ela precisava ser cuidada. E como eu queria poder abraça-la e dizer: esta tudo bem agora, o pior ja passou, pode ficar inteira novamente.' Porque quando eu olhava para ela, eu me lembrava de quem ela realmente era, e de que sempre seria minha menina, a menina mais linda que eu conheci. Eu realmente espero que ninguem perca tempo lendo as coisas que escrevo aqui. Mas como eu queria fazer toda a dor que ela sentiu desaparecer. Eu sentia muito por nao ter sido boa o suficiente para cuidar dela, para evitar que todos os monstros alcansassem-a. Eu queria ter sido boa o sufiente... E ainda hoje, eu guardaria minha dor no bolso para cuidar da dela. Qual é o meu problema? Porque eu tenho que me importar tanto? Fez um ano, minha mae lembrou. Eu nao lembrei, mas minha mae lembrou, eu nao queria ter lembrado, mas ela me lembrou: Eu sei que hoje faz 1 ano, e que eu estou aqui se voce precisar.' Eu cuidaria dela. Eu lutaria até o final, eu tenho lutado, como um guerreiro invisivel. E tenho perdido todas as batalhas, dia apos dia. Mas eu nao quero mais me despedaçar, eu quero estar inteira outra vez.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Nada, segundo o dicionario

Eu nao queria mais escrever aqui, eu nao queria escrever sobre como eu me sentia. Eu quase sempre vazia, o que poderia dizer sobre isso? Quem pode descrever o vácuo? A ausencia? O nada? O dicionario online descreve assim: na·da (latim [res] nata, coisa nascida) pronome indefinido 1. Coisa nenhuma (ex.: estava escuro e não vi nada; nada lhe despertou a atenção). substantivo masculino 2. O que não existe; o não-ser. 3. [Por extensão] Pouca coisa. = BAGATELA 4. [Figurado] Fragilidade. advérbio 5. Expressa negação; de modo nenhum. = NÃO Mas nao explica. Eu nao queria falar mais sobre nada, eu nao queria que soubessem como eu me sinto, mas eu me sentia tão sozinha, e o que eu nao daria por um amigo. Um amigo mudo, um amigo pra nao me julgar, um amigo pra me abraçar e quem sabe nao se importar se eu por acaso chorasse uma ou duas lagrimas. Nada é muita coisa, é muito complexo, muito estranho. E eu tava longe, tao longe, longe demais para ser recuperada. Era um oceano salgado com uma gotinha de tinta azul de aquarela. Era todas as coisas que eu nunca disse ou diria, aqui ou em qualquer lugar. E eu lutava tanto para nadar nesse oceno antes que ele pudesse me afogar. Me esforçava tanto. Mas o azul aguado me consumia, e eu rapido, rapido, rapido, desaparecia. Eu nao queria mais escrever aqui, mas eu nao tinha mais nada.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

um jardim morto

Algumas pessoas já estão muito perdidas para serem encontradas. Muito distantes, fora de alcance, e era assim, era desta forma que eu me sentia. Ate então era dor, era tristeza, e sentir dor é bom porque mostra que voce esta vivo, ate que finalmente voce nao sente mais nada. E essa é a hora mais perigosa, a hora que voce sabe que esta sob controle, que esta e que continuará indo em frente, o que ninguem sabe é que voce vai, sem saber para onde esta indo. A deriva num mar de indiferença. Numa ausencia de sentimentos, é apenas como se voce não existisse, andando por ai, meio morto, meio vivo, e embora seja dificil de assumir, quase sempre mais morto do que vivo. Isso não é sobre ser fraco, a fraqueza ficou la atras, quando a dor era tão insuportavel que eu mal conseguia por o pé para fora de casa e encarar o sol, aquilo era ser fraco. Isso se trata de crescer de forma tão brusca, e tão solida a ponto da dor nao importar mais. Tudo de mais bonito que havia dentro de mim estava morto, e eu nao imaginava que algo ou alguem pudesse fazer esse coração sentir, novamente. Eu nao seria gananciosa a ponto de pedir para ser feliz, não, eu nao pediria tanto, mas se eu pudesse pelo menos sentir.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

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Estava vivendo os piores dias, desorientada, perdida, e quase sem fé, e eu nao queria conversar com ninguem, eu nao queria ninguem perguntando como eu estava me sentindo, ou sendo super gentis. Eu nao queria ninguem perto de mim, eu estava tão longe, e andando tão sozinha por muito tempo, eu sabia que voce era a unica pessoa que poderia me encontrar, e me salvar desse tormento, mas eu nao podia mais esperar por isso. E eu nao esperava, nao pensava, nao falava a respeito. Mas eu sentia. E eu nao podia evitar de sentir. Apagar voce da minha vida era como esperar que o céu deixasse de ser azul. Sempre foi voce, desde o inicio, voce cuidou de mim, e agora que tudo desmoronou, eu desejaria que fosse sua mão, segurando a minha. Minha pessoa preferida.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Quarto 414

Quase ninguem sabe o que significa o quarto 414. Quase ninguem nunca ouviu falar, e os poucos que ouviram a respeito, talvez sintam um tremor no peito. Ela passou a vida inteira ao meu lado, literamente, todos os dias, todos os dias ao longo dos meus 23 anos. Ela viu quando eu dei meu primeiro passo, e falei minhas primeiras palavras. Me segurou enquanto eu fazia escandalo e chorava querendo ir pro trabalho com a minha mae, e eu tinha apenas 3. Aos 5 ela me preparou lanchinhos e suco, arrumou minha lancheira para eu ir para a escola. Ela fazia vestidos para mim - sim, um dia eu usei vestido - e penteava meu cabelo com uma trança bonita. Aos 6 mudamos de estado, era uma casa grande e espaçosa no interior, onde ela passava o dia costurando na sua velha maquina, e eu brincando com os retalhos. Todos os domingos de noite, a casa ficava cheia, ela me colocava a roupa mais bonita e comportada e iamos todos para a igreja. Aos 8 viemos para Curitiba, uma casa pequena, e ela me ensinou a costurar pela primeira vez. Aos 13 eu era uma adolescente chata, branquela e magrela, e ela implicava com as minhas pernas muito finas e muito brancas, e dizia que eu tinha 'zóio de peixe morto'. Aos 15 eu queria usar esmalte preto, bandana e pulseiras de pino, e isso sempre causava uma enorme discussao. Lembro de estar sem sono no meio da noite e ver a luz da porta do quarto acesa, me sentar na sua cama e ficar la, sem dizer uma só palavra. Aos 16 me ajudou a comprar meu primeiro violão. Aos 17 teve que aturar meus piercings e cabelos coloridos. Aos 19 eu finalmente virei gente. Eu viajava final do ano para a casa do meu pai, mas lembro que a sensação de chegar em casa e encontrar com ela era como: estar tudo certo.' Aquele abraço de saudade, aquele cheiro de vó, que só quem tem vó sabe como é, contar as novidades. Lembro dela achar graça dos meus desenhos, e pedir que eu desenhasse uma cachorra de salto alto brinco, anel esmalte e batom. Um desenho que eu nunca fiz, e por mais idiota que possa parecer, choro ao lembrar disso. E quando comecei meu primeiro negocio, minha empresa de camisetas, ela achar incrivel e dizer que eu sempre poderia contar com ela pro que eu precisasse. Aos 23 ela ja nao lembrava muito bem de quem eu era, uma vez chegando da faculdade 23hrs, a luz do quarto dela estava acesa e ela se arrumava para sair: - Eii linda, ta pensando que vai onde toda arrumada? Hein?! - e sorri largo, ela parou me olhou meio sem entender e disse: - Eu acho que eu to sonhando…' Tudo ficou tao claro, que as coisas haviam mudado, entao ela devagar foi desabotoando os botoes para colocar o pijama. Ela perguntava mil vezes a mesma coisa, e eu sempre respondia como se fosse a primeira vez. Com frequencia minha mae perdia a paciencia, e isso nao era certo porque ela nao sabia mais o que estava fazendo. Na ultima semana, passada das 4 hrs da madrugada, reparei que havia uma claridade vinda de fora, quando sai do quarto todas as luzes estavam acesas, corredor, cozinha, copa, quando cheguei na sala, ela estava deitada no sofá, como uma criança. - Eu deitei aqui porque nao conseguia levantar…' Eu fiquei tao chocada com a cena, e sem saber o que fazer. - Vem comigo, vem, vamos pro quarto, deitar na caminha.' Ela se apoiou nos meus ombros e eu usei todas as forças que eu tinha, levei ela ate o quarto, deitei, cobri, fui ate a cozinha, preparei leite e alguma coisa para ela comer, dei um beijo e depois de me certificar que estava tudo certo, fui dormir. Um dia entao, peguei folhas sufites e escrevi 'VÓ TE AMO' e colei na porta do quarto dela e por onde ela passasse, para que sempre que ela visse, ela se lembrasse do quanto eu a amava. Nunca de fato disse que a amava, assim como ela tambem nunca disse para mim, mas eu sei, que ela me amou de uma forma tao grandiosa que eu nunca poderia retribuir. Eu fiz tudo que pude, mas tudo que fiz me pareceu tao pouco. E no dia 9 de abril de 2013, as 11:50 na manha, no quarto 414, o coração dela parou de bater. E o meu, aos poucos, vai parando tambem. Um vazio cada vez maior, um dia voce perde um amor, outro dia voce perde alguem que te ama. E assim a esperança vai secando, de gotinha em gotinha, a vida vai ficando mais e mais vazia, e as vezes seu olhar fica tão distante que voce acha que desaprendeu como ser feliz, e como sorrir. Obrigada por todo o amor que voce me dedicou durante 23 anos. - LUTO *Quarto 414, pacientes terminais.

sábado, 5 de outubro de 2013

naufrago l

Eu, há muito, estava sendo levada pela correnteza agitada de um mar salgado, me afogando e sendo atirada contra as pedras, perdida, sem nome, sem identidade, sem saber mais quem eu era. 'Porque voce é minha pessoa preferida', 5 palavras, e foi como se eu tivesse conseguido finalmente puxar um pouco de ar, eu ainda estava me debatendo contra as rochas, mas eu havia respirado um pouco. Ler aquilo foi como se ela me dissesse: Eu sei quem voce é, e tudo vai ficar bem'. Era bom saber quem eu sou. Era bom por um instante parar de me afogar naquela agua salgada que queimava meus pulmoes. Eu queria apenas saber uma forma de fazer essa sensação durar um pouco mais. 'Voce nao é má pessoa nunca foi e nunca sera.' foi o mesmo de ouvir dizer: eu sei quem voce é, eu conheço voce, eu sei quem voce é' E depois de tanto tempo naufragando, eu vi um rosto familiar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

alzheimer

Ela sentava na sala e olhava fixo para a tv, sem enxergar nada. Como se estivesse bem longe, e eu me pergunto sobre o que ela estaria pensando. As vezes quando falava com ela, ela apenas concordava, mas eu sabia que nao estava escutando uma só palavra do que eu havia dito. Com olhar apatico, e indiferente. Uma indiferença que andava de mãos dadas com a tristeza. Em um relato de uma senhora que perdeu o marido por essa doença ela me disse: Ele nao sabia quem eu era, mas EU sabia quem ele era.'' Meu coração doeu, e eu tive que segurar as lagrimas que queriam sair. Eu sabia sobre o que ela estava falando. Eu sabia exatamente. Quando alguem que voce ama se esquece de quem voce é, nao necessariamente precisa estar com alzheimer. Todos temos alzheimer, foi a conclusao a qual cheguei. A diferença é que uns esquecem sem querer, e outros opitam por esquecer, de proposito, e voce vai sendo apagado sabendo que esta sendo esquecido. E o que te resta, é fazer de conta que esqueceu tambem.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

FoF!2008

Frets on Fire (FoF) E la estava eu jogando Frets of fire, baixei o jogo, por simples saudade, e um pouquinho de melancolia talvez. Droga, aquele computador exerce algum tipo de força sobre mim, eu tenho que parar de usar aquele desk, e parar de me sentar naquela cadeira, e olhar para aquela tela. Talvez seja a tela, ou o papel de parede do windows, ou o fato do windows ser o XP ainda. Nao importa, la estava eu jogando o primo pobre do guitar hero, 5 anos depois, com musicas que eu detonava, e me remeteram a uma epoca onde eu mal podia enxergar atraves daquela franja escura. A epoca era essa, da foto a sua direita. Eu adorava arco-iris e zebras, e frets on fire. Eu nem era uma má pessoa, eu nunca tive a reputação que me foi atribuida e tanto me orgulhava. Engraçado. Frets on fire! E eu ainda era classificação 4 estrelas, numa escala de zero a 5. Not bad, diria o grumpy cat. E os matsuris. Acho que o ultimo foi em 2009. Aquele lá. Depois nada mais me importou grandemente, trocava tudo para ver ela. Mas não é sobre isso que estou falando, nao. Estou falando sobre frets on fire e esmalte azul hortencia. Sobre a janelinha do msn piscando, e minha mãe me olhando com cara feia. Aquele sim era bons tempos. Ainda tem cola no monitor lcd de ultima geração comprado em 2007. Cola no lugar em que ficava a webcam, fixada com dupla face. Estou falando sobre 'thats what you get' explodindo meus ouvindos nos fones, enquanto eu atravessava o terminal as 7:15 da manha, e chegava quase sempre atrasada, porque nunca conseguia descer do onibus. Estou falando de passar intervalos com pessoas que eu nao gostava de conversar e sobre meu diario, todo manchado de sangue. Estou falando sobre queimaduras que nunca desapareceram dos meus braços, e sobre a sensação de estar a salvo no abraço de um amigo. Conversas, dramas, paixoezinhas baratas. Estou falando sobre coisas que nem posso descrever. Que nao há palavras, e estou falando sobre tudo que aconteceu depois. Talvez se eu pudesse escolher nunca teria saido de 2008, eu nao quero saber o que aconteceu depois. Nem as tristezas nem as alegrias de 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2025, 2050... Nao quero saber, prefiro minha vida em 2008, com minha mae sempre brava, com meus dramas adolescentes mediucres, com a vidinha banal que eu levava. Com alegrias intensas que eu podia comprar com 5 reais no bolso. O resto nao me importa mais. Ou pelo menos assim eu minto.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

...mas eu continuava esperanco que a vida me surpreendesse.

Me surpreenda, me surpreenda de uma forma que me tire o ar. Me surpreenda, faça meu coração bater feito louco e meus olhos brilharem. Faça meu corpo vibrar de empolgação, e meu riso sair despreocupado. Me surpreenda, e me faça olhar a vida de uma forma diferente, me faça ficar ansiosa, e suar frio. Me faça tirar essa expressão pesada e tensa, eu quero poder brincar um pouco. Eu quero contar as horas, e quero acreditar em tudo de novo. Vamos, me surpreenda! Eu sou muito jovem e nao posso esperar muito tempo. Antes que eu esteja cansada demais, antes que eu me esqueça de como as coisas podem ser bonitas, me surpreenda. Eu quero rir sem motivo. Quero abraço apertado. Quem colar todos meus pedaços. mas..