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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Diario de bordo 2013

Eu nao fiz um diario de bordo desta vez. Eu sabia como iria ser. Primeiro a minha sensação preferida, quando o avião deixa o chão, e da aquele friozinho na barriga, como se voce estivesse flutuando, sem gravidade alguma para te segurar. E depois, quando a aeronave toca o chão, e faz aquele barulho. Entao eu estava la. Tudo que meus olhos poderiam tocar era coberto pela soja, nenhum sinal de pasto, ou bois ou cavalos, apenas soja. Tive uma moto a minha disposição, e andei por toda a propriedade, mas rapidamente fiquei intediada. Eu poderia ter vindo aqui antes, eu tive acesso a internet, mas optei por nao entrar. Eu tinha medo de ter alguma notificação. Um dia desses recebi uma msg. Dela. Olhei para o celular brilhando no escuro, mil sentimentos passaram por mim, mas eu fingi que nao conhecia o numero. Naquela noite sonhei. E na noite seguinte tambem. E na outra. E na outra. E ontem. Que raiva. Tento ao maximo nao pensar sobre isso, e nao pensar sobre coisas que me façam pensar sobre ela. Nao penso em seu nome, e em nada que possa ter alguma relação, mas ontem encontrei no meu computador, numa pasta esquecida, uma carta que ela escreveu, sobre o '1 ano' ela dizia que estava aprendendo a falar direitinho e tomar chá gelado com 1 canudo só porque com 2 era complicado' Eu ri, quase que involuntariamente, por um segundo nada mais importava e eu ri, sem me lembrar de nada que aconteceu. Eu sempre dizia que era dificil tomar suco ou qlqer coisa com 2 canudos, atrapalhava, entrava ar hahaha E ao rir lembrei de pessoas que nao existiam mais, de meninas lindas, com sentimentos intensos e puros que nao existem mais. E quando pensei nisso meu coração escureceu e doeu. Entao rapidamente mudei de pensamento. Nao sentia falta de casa o ultimo lugar em que eu queria estar era em casa, a ultima coisa que queria fazer era sentar na frente desse computador e encarar os riscos. Era muito perigoso ficar aqui. Os sentimentos que me atingiam, eram capazes de me matar se eu nao desviasse a tempo. Essa minha mania de correr para o lado errado. Foi basicamente assim, todos aqueles dias, nao foram ruins, e eu nao me senti triste quase nunca, mas me sentia vazia quase sempre. Conversando com alguem descobri que a unica coisa que eu queria era me sentir real outra vez. Pois tenho sido de mentira há tanto tempo, que tudo que eu queria era ser de verdade pelo menos por um dia. Eu nao sei mais quem eu sou, eu nao me lembro mais, e poucas coisas fazem sentido na minha cabeça nesse momento. As vezes nao sentir nada era pior do que sentir dor, porque eu nao sabia, se estava afinal indo em direção de algo ou apenas enganando a mim mesma, correndo perdida para o lado quando na verdade eu nao sabia para onde estava indo, mas corria sempre como se soubesse. Entao aquela sensação outra vez, o aviao correu pela pista, e decolou, eu senti um trepidar das pedras nas rodas, e depois pois 1 ou 2 segundos a gravidade zero. Eu estava indo para casa novamente.

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