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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

por do sol

Nao esperar nada era tranquilizante, ela nao queria que esperassem nada dela, e eu nao esperava mesmo. Mas as vezes, me esquecia, de quase tudo, de praticamente tudo, quando podia abraçar ela, nada mais me encomodava, nao havia vazio, nao havia dor, nem buracos, nem nada. E eu sabia que era errado, era errado eu me sentir tao bem, tao normal e completa sendo que como eu nao podia esperar nada dela, tambem nao poderia esperar que ela ficasse. Eu me esquecia de quase tudo, e minha vida parecia feliz em todos os sentidos, até que o telefone dela toca, e eu acordo. Acordo caindo da cama, acordo caindo de um penhasco. O telefone toca quase que de propósito, quase que para me lembrar, de onde era meu lugar e que eu nao deveria me esquecer disso. E tudo bem, eu nao me esquecia, mas era aquele nó na garganta bem apertado. Era bom se sentir completo as vezes, uma sensaçao da qual eu havia me esquecido. Quem dera ela tambem se sentisse assim, seria tudo mais facil. E conversavamos tao perto, e aqueles olhos claros tao bonitos, paralizados nos meus por segundos e logo desviavam. Era lindo, um impulso de aproximar só mais um pouco, só o suficiente para tocar os lábios de leve... Mas eu nao podia, nao conseguia... Um idiota qualquer, com as piores das intenções poderia segurar as mãos dela ao andar por ai, e beija-la quando sentisse vontade. Mas infelizmente eu nao era esse idiota. Eu nao era o tipo certo de idiota para ela. Mas tudo bem, o dia foi tão bom, que me recuso a reclamar sobre o que quer que seja. Tenho medo é de sonhar. Muito medo.

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