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sábado, 19 de janeiro de 2013

cara de sorte

Eu ja sabia, sabia de tudo, mas ler aquelas palavras me atingiram como um soco na boca do estomago. Levantei e caminhei ate o banheiro, tudo se movia em camera lenta, uma dor atras da nunca me acertou como se com um taco de baseball com pregos na ponta. Me olhei no espelho, por tanto tempo até que nao me vi mais no reflexo. Voltei para meu quarto, sentei e fiquei olhando para a tv, passava um filme de ação, qualquer coisa haver com terrorismo em avioes, mas eu nao fazia a menor ideia embora olhasse fixamente para a tela, sem enxergar nada. A boca do meu estomago doía, o topo da minha cabeça letejava. Eu estava paralizada, em choque, mas pela primeira vez me sentia um pouco mais tranquila por causa da sinceridade, saber da verdade me deixava menos desnorteada, mesmo que doesse tanto. No fim só conseguia pensar: que cara de sorte.' E esperar que ele a fizesse tao feliz como eu gostaria de ter feito. Eu encarava as paredes coloridas, embora tudo me parecesse preto e branco, e tentava me lembrar de que cor elas realmente eram. Esperava que ela estivesse feliz, que ironico nao? E me perguntava se algum dia, as coisas voltariam a ficar normais para mim, se eu teria a mesma sorte que esse cara teve. Que rasteira eu tomei. Quebrou minhas duas pernas, e mais algumas costelas, mas tudo bem. Isso tambem vai passar.

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