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sexta-feira, 15 de junho de 2012

junho

Eu vivia esperando, mesmo quando eu sabia que ela nao viria eu esperava. Contava os segundos, os minutos, e calculava quanto tempo levaria de lá até aqui. E acreditava, que de repente ela bateria na porta e abriria de vagarinho como sempre fazia. Mas ela nao viria. Nao hoje. Nao nesse frio, nao com essa chuva, nao aqui. Mesmo assim, esperava, que nem a chuva, nem o frio, a impediria. Nao hoje. Nao aqui. Nao que ela nao quisesse, claro que queria, mas com esse tempo. E se fosse o contrario, claro que eu iria. Mas ela nao. Nao hoje. Nao com esse tempo. Meu coração martelava. Era chato, o coração mais chato do mundo. Mas acreditava. Acreditava em tudo, em cada palavra, e acreditava até mesmo quando ela nao dizia nada, acreditava, no possível, no impossível, no provável, no improvável. Achava que todo mundo amava igual, que todo mundo deveria amar igual. Só porque amava demais. Mas nem todo mundo amava demais, e nem todo mundo amava igual, e nem todo mundo acreditava, e nem todo mundo… todo mundo. todo. mundo. mundo. Engraçado como algumas palavras que tem um sentido cheio por assim dizer, possa te fazer sentir ainda mais sozinho, como todo, e como mundo. De repente estava sozinha, no seu quarto, na sua casa, no seu bairro, na sua cidade, no seu estado, no seu país, no seu continente, e no seu mundo. Ninguém apareceria hoje. Não hoje. Nao aqui. Nao com esse tempo. Ainda poderia esperar mais 30 minutos. E olhar o relógio, fazia o coração martelar, ainda mais, ainda com mais força. Boba. Parecia coração de criança. Coração bobo. Exagerado como só ele haveria de ser. Coração bobo. Bobo, bobo, bobo. Mas que doía. Doía demais. Doía tanto por tão pouco. Coração pirracento. Será que nao entendia que nem tudo poderia ser como quer? Na hora que quer? Mas contudo, porque nao? Pois pedia tão pouco. Nao pedia nada além do que merecia, na verdade, pedia bem menos do que merecia. Pedia apenas o suficiente para bater feliz. E ainda assim, nem tanto, o suficiente para nao martelar. Mas, nao com esse tempo. Nao aqui. Nao hoje.

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