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sexta-feira, 15 de junho de 2012

- domingo 3 de junho de 2012 - 2:35 a.m

Minhas mãos doíam de tal forma que nao me deixavam dormir. As mãos, os punhos, os pulsos, os braços. Eu deitava, e ainda assim, sentia meus braços cansados. Como se nao pudessem descansar. Era 4:30 da madrugada. Eu havia passado as ultimas 4 horas debruçada sobre uma pilha de folhas sufite, rabiscando, e rabiscando, e rabiscando, com um pequeno pedaço de giz de cera preto, que ia se tornando cada vez menor. E quanto menor ele se tornava, mais força eu tinha que fazer para conseguir firma-lo em meus dedos para continuar escrevendo. Desenhando. Rabiscando. Doía infernalmente. Eram 4:30 da madrugada, quando eu me deitei, ainda elétrica, sem sono. Fitando as sombras nas paredes, rezando para que eu caísse logo no sono, para que amanhecesse logo e eu pudesse te ver. Eram 5 horas e eu me sentia tão feliz por ser sábado, que nao conseguia pregar os olhos, dali há poucas horas você estaria aqui. Eu mal podia esperar, eu queria te mostrar o que eu estava fazendo para você. Você ia gostar muito, eu acho. Era meio dia e pouco quando sinto meu celular vibrar, nao sabia distinguir o sonho do real, e nao sabia se o vibrar estava mesmo acontecendo ou era fruto da minha imaginação. Vibrou de novo, era você, duas mensagens. Eu mal conseguia abrir meus olhos, tentei digitar o melhor que pude. Mas depois quando rê-lí as mensagens novamente, era difícil entender o dialeto que eu mesma havia escrito. Era mais de uma hora quando você me liga, irritada, estúpida, dizendo que eu era folgada, que eu nao dava importância ao que você queria, e um monte de outras coisas que você cuspia feito fogo, mas em outras palavras. E então você disse que eu era igual á nao sei quem que você namorou. Eu poderia aguentar suas grosserias, suas patadas e o que mais viesse, mas ser comparada aqueles idiotas, nao, isso nao dava pra engolir. Fui te buscar no ponto, fiz barraco mesmo, Estava prestes a explodir. Podia matar alguém aquela hora. E você, calada, como se eu tivesse surtado a troco de nada. Depois de tudo que eu fiz e passei para ficar com você, você vem me jogar na cara que eu sou igual aqueles retardados que voce beijou? Ah! Por favor! Eu preferia ser comparada á merda do cachorro. E ai chegamos em casa, eu irritada demais para conversar civilizadamente, e voce com aquela cara de 'voce me decepcionou' Aquela dor maldita no peito martelava novamente, aquela dor desgraçada. Dando socos no meu peito. Aos longo da tarde nosso humor foi melhorando. Mas se eu dizia 'te amo' ouvia o silêncio como resposta, se tencionava te dar um beijo, voce virava o rosto para o outro lado. Nao conversamos. Dormimos. Dormi. Eu acho. Quando voce foi embora, comecei a assistir um desses programas de humor que nao tem graça nenhuma. Ri até chorar. Mas na verdade estava rindo para nao chorar. Rindo de desespero. Grata pelas lágrimas de riso se misturarem com as de desespero e assim minha mãe nao acharia estranho me ver com os olhos escorrendo quando entrasse no quarto de surpresa. Eu ria até nao poder mais. Mas as lágrimas que caiam nao eram dos risos. Nos sabemos muito bem. Eu sei muito bem. O riso era alto, e até me faltava ar, mas no fundo, eram gritos. E pancadas. Como eu podia amar tanto uma pessoa que me machucava tanto? Uma pessoa que mesmo apenas com o silêncio era capaz de me ferir assim, tão profundamente. E doía, e martelava, e me arrebentava o peito. Me arrebenta agora. Me arrebentava anos atras. Me arrebentará muitos anos a mais. Um buraco gigantesco no meio do peito. Dolorido. Quanto mais eu ainda teria que passar até que a tormenta tivesse fim. Nao tenho dúvidas que é voce, quem vai me fazer feliz até o fim. Mas quanto mais suportaremos até ter um final feliz? Eu merecia mais do que voce me dá. Eu merecia um pouco de amor, só amor, sem pancadas. Sem hematomas. Sem marteladas. Voce sempre diz que me ama de um jeito que eu nao posso imaginar. Mas nao parece. Esse amor com o pé atras, amor desconfiado, pra mim, nao funciona. Dizem que nao é porque alguém nao te ama como voce quer, que essa pessoa nao te ame com tudo que pode. Mas pra mim, isso nao é suficiente. Eu nao trabalho? Eu nao estudo? Eu nao faço nada? Isso te irrita? Mas e quando eu trabalhava e estudava e fazia tudo junto? Voce nao dava a mínima também. Estou cansada, magoada, machucada, arrebentada com as porradas que a vida me dá. Nao sobrou nada de quem eu era. Nao sobrou orgulho, nao sobrou alegria, nao sobrou amor próprio. Nada. Eu mudei tanto, achando que tinha mudado para melhor, achando que havia me tornado alguém digno de voce amar. E no final, me tornei alguém que voce nao suporta, que faz tudo errado o tempo todo. O que adianto virar gente, se voce gostava mesmo, era quando eu nao prestava? Mas eu nem sei mais como é nao prestar. Nao sei mais ser marrenta. Nao sei ser como eu era. A minha alegria era te fazer feliz, mas nem isso eu sou mais capaz. No fundo, talvez voce tenha razão, eu sou um nada. Sou igual seus ex idiotas. Sou uma idiota, igual a eles, que pensava que alguém como voce realmente poderia amar alguém como eu. Quem nao aguenta o tranco é voce. Quem tem medo é voce. Quem foge quando o circo pega fogo é voce. Eu sempre estive aqui. No mesmo lugar, o tempo todo. Fazendo o possível, e o impossível para te fazer feliz, para te merecer. E o que eu ganhei em troca? Um pouco de amor e meia dúzia de pedras. Parece mesmo é que eu estou morrendo. De dentro para fora. Como se voce estivesse matando tudo de bom que voce cultivou em mim. Sinto falta de voce me amar. Sinto falta de ser aquela pessoa que fazia seu dia mais feliz. Mas essa pessoa voce também matou.

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