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quinta-feira, 5 de abril de 2012

infecçao.

Meu peito anda com um buraco, que tem o tamanho do mundo. Talvez como ser atravessada por um trem, e continuar vivo. Um buraco, com as bordas roxas e meio ressecadas, e conforme voce vai olhando para dentro, voce consegue ver a infecçao. Uma podridao soh. Coagulos de sangue, e bolhas de pus. Estou apodrecendo. De dentro pra fora. Precisando urgentemente de cuidados, de antibioticos, de vacinas, de remedios, e amor. Todos sabem, que hora ou outra, eu vou morrer. Pode nao ser hoje, e com certeza nao sera, nao teria essa sorte. Mas um dia, quem sabe daqui um ano, ou dez anos, ou 60 anos, ou 2 meses. Eu ja estava curada, o rombo praticamente fechado, nao possuia nem mesmo cicatriz, ela fechou todas, ela pousou amor onde havia miseria, e costurou os cortes com delicados fios de atençao, me consertou, e me amou melhor do que qualquer outra pessoa poderia. E um dia, ela foi se cansando, primeiro, do trabalho, depois da familia, depois dos amigos, e eu ja estava morrendo de medo, me escondia embaixo da cama, rezava para que eu fosse imune ao seu desapego. Mas nao teve jeito, quando vi, ela ja tinha se cansado de mim tambem. Sempre dizendo que nao me conhecia, que eu era outra pessoa, mas eu apenas estava desesperadamente assustada, isso fazia como que eu parecesse outra pessoa. Ela nao dizia nem que sim, nem que nao, mas eu passava cada vez mais tempo sozinha, esperava uma ligaçao, esperava por pequenos sinais, vestigios de amor, eu estava faminha, e desesperada, mas sempre nutria a esperança de que ela se lembraria de mim, e de quem nos eramos. Nutria a esperança de que ela ficaria comigo porque eu valia apena, porque eu realmente valia apena, mais do que todas as pessoas. Que um dia ela... enfim... Mas hoje tudo doi, principalmente meus pensamentos, principalmente sua ausencia. Uma dor de matar. 3 gotinhas nao fariam diferença, quero o vidro todo. Nao vai fechar o buraco, mas ao menos me fara dormir.

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